Soja fecha em alta em sessão volátil com movimento de correção

Os contratos futuros da soja na CBOT fecharam em alta pela terceira sessão consecutiva. Os principais vencimentos registraram ganhos de 10,50 a 25,75 centavos, com o agosto/23 cotado a US$ 14,67¾ (+ 1,79%) e o novembro/23 a US$ 13,53¾ (+ 0,78%) o bushel. O agosto na máxima do dia (US$ 15,04¾), registrou a maior cotação desde 22 de fevereiro e o novembro na máxima do dia (US$ 13,91¾), registrou a maior cotação desde 23 de fevereiro.

Os contratos futuros do farelo de soja na CBOT fecharam em baixa, após duas sessões consecutivas de alta. Os principais vencimentos registraram quedas de US$ 1,30 a US$ 2,20, com o agosto cotado a US$ 411,70 (- 0,53%) e o dezembro a US$ 396,00 (- 0,33%), a tonelada curta. O agosto na máxima do dia (US$ 433,70), registrou a maior cotação desde 22 de junho e o dezembro na máxima do dia (US$ 415,20), registrou a maior cotação desde 22 de junho.

O óleo de soja fechou novamente em alta, com o dezembro registrando um ganho de 2,07%. O dezembro na máxima do dia (60,85), registrou a maior cotação desde 1º de fevereiro.

A soja na Bolsa de Chicago deu continuidade ao movimento de alta de sexta-feira nesta segunda-feira (3), ainda refletindo os números divulgados pelo USDA na última sexta-feira (30) que indicaram uma considerável redução de área plantada com soja na safra 2023/24 do país.

“Os futuros da soja registraram as máximas de duas semanas. A safra nova americana e sul-americana nas máximas de quatro semanas. O mercado da soja virou de cabeça para baixo”, disse o analista Eduardo Vanin, da Agrinvest Commodities.

Os ganhos são intensos, mesmo com boas chuvas tendo sido registradas em regiões importantes do Corn Belt durante o final de semana. “Grande volume de chuvas durante o final de semana no sul de Iowa, todo estado de Illinois e grande parte de Indiana. Mas, as previsões mostram redução de chuvas nos próximos sete dias para estas regiões”, disse Vanin.

A área de soja foi reduzida em relação aos números de março de 35.43 milhões para 33.79 milhões de hectares. As expectativas do mercado variavam entre 35.21 milhões a 35.82 milhões de hectares. Na safra anterior, a área cultivada com a oleaginosa foi de 35.39 milhões.

“Se a estimativa do USDA for precisa, a margem de erro para a produção de soja nos EUA diminui significativamente e dá ainda mais importância a uma mudança no padrão climático para o Meio-Oeste no futuro próximo”, disse o economista-chefe de commodities da StoneX, Arlan Suderman, à Reuters.

O mercado agora aguarda pelo novo boletim semanal de acompanhamento de safras que vai informar as condições das lavouras americanas no final do dia nesta segunda-feira.

Além dos fundamentos, os traders também se alinham antes do feriado do Dia da Independência, comemorado neste 4 de julho nos Estados Unidos e quando a bolsa em Chicago não irá abrir.

Argentina

A colheita da soja está finalizada na Argentina. Segundo a Bolsa de Cereais de Buenos Aires, foram colhidas 21 milhões de toneladas. Isso representa uma queda de 52% em relação à safra anterior.

Mercado Interno

As cotações do óleo de soja estão em forte alta nos mercados externo e doméstico. Segundo pesquisadores do CEPEA, esse cenário está atrelado às expectativas de firme demanda por parte do setor de biodiesel.

Do lado da oferta, a Argentina (maior exportadora mundial de óleo de soja) deve disponibilizar ao mercado global apenas 3.75 milhões de toneladas do produto nesta temporada, segundo estimativa do USDA, o menor volume em 22 anos. A menor oferta argentina, por sua vez, se deve à quebra na produção de soja no país, em decorrência do clima desfavorável no período de cultivo da oleaginosa. Assim, agentes de mercado esperam maior procura global pelo derivado nos Estados Unidos e no Brasil. Isso pode aumentar a disputa entre consumidores domésticos e externos, visto que o USDA estima que as demandas internas de ambos países sejam recordes na safra 2022/23.

Milho fecha em baixa em sessão volátil na véspera do feriado dos EUA

Os contratos futuros do milho na CBOT fecharam em baixa pela quinta sessão consecutiva. Os principais vencimentos registraram quedas de 0,50 a 1,25 centavos, com o setembro cotado a US$ 4,88 (- 0,10%) e o dezembro/23 a US$ 4,93½ (- 0,25%) o bushel. O setembro na mínima do dia (US$ 4,83¼), registrou a menor cotação desde 18 de maio e o dezembro na mínima do dia (US$ 4,88¾), registrou também a menor cotação desde 18 de maio. O setembro nas últimas cinco sessões registra uma queda de 16,10% e o dezembro de 15,77%.

Os contratos futuros do trigo na CBOT fecharam em baixa pela sétima sessão consecutiva. Os principais vencimentos registraram quedas de 8,50 a 9,25 centavos, com o setembro cotado a US$ 6,41¾ (- 1,42%) e o dezembro/23 a US$ 6,60¾ (- 1,27%) o bushel. O setembro na mínima do dia (US$ 6,40¼), registrou a menor cotação desde 15 de junho e o dezembro na mínima do dia (US$ 6,58¾), registrou a menor cotação desde 15 de junho. O setembro nas últimas cinco sessões registra uma queda de 12,87% e o dezembro de 12,40%.

Colheita Brasil

A colheita da safrinha 2023 de milho atingiu na última quinta-feira (29) a 17% da área plantada no Centro-Sul do Brasil, contra 9% uma semana antes e 31% no mesmo período do ano passado, de segundo levantamento da AgRural.

A colheita registrou um bom avanço em Mato Grosso, favorecida pelo tempo mais seco. Embora ainda haja atraso em relação à safra anterior, os reportes de produtividade continuam excelentes.

Nos demais estados do Centro-Sul, a colheita também ganhou um pouco mais de fôlego na semana passada, mas o avanço ainda é lento devido ao atraso no plantio e/ou à alta umidade dos grãos. A expectativa dos produtores, porém, é de produtividades muito boas.

Por conta das chuvas ocorridas em junho e da ausência de geadas, a AgRural elevou na semana passada a sua estimativa de produção na safrinha 2023, que passou das 97.9 milhões de toneladas estimadas no fim de maio para 102.9 milhões de toneladas. Com o ajuste, a produção total do Brasil (primeira, segunda e terceira safra somadas) agora é estimada pela AgRural em 132.3 milhões de toneladas.

Exportações Brasil – 1

Ao longo do mês de junho, o Brasil exportou 1.034.282 toneladas de milho, segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex). Isso representa um aumento de 4,54% em relação as 989.299 toneladas exportadas em junho de 2022.

A expectativa de Anderson Galvão, da Céleres Consultoria, é que os volumes de milho exportados pelo Brasil sigam aumentando e levem o País para o patamar de maior exportador de milho no ciclo 2023, ultrapassando os Estados Unidos.

“Historicamente, o fluxo de exportação é a partir de agosto, quando o milho da segunda safra chega ao mercado. Então é natural que, de agora em diante, a gente veja esses volumes de embarques crescendo e passando a girar o mercado”, disse.

Exportações Brasil – 2

Em meio à expectativa de um aumento da oferta nacional de milho (136 milhões de toneladas considerando as 3 safras), espera-se que o Brasil destine um maior volume do grão para o mercado internacional. Em sua revisão de julho, a StoneX elevou a estimativa das exportações em 2 milhões de toneladas para 50 milhões de toneladas.

O consumo doméstico segue estimado em 81 milhões de toneladas e, com o aumento na produção contrabalançado pelo aumento dos embarques, a estimativa dos estoques finais ficou praticamente estável em 16.32 milhões de toneladas.

Nas estimativas da empresa, a segunda safra 2022/23 do cereal foi novamente elevada, em 2,20% em relação ao volume de junho, para 105.2 milhões de toneladas, alteração motivada pelas condições climáticas favoráveis às lavouras ao longo do último mês, que resultaram em um cenário mais otimista para a produção no Paraná e nos estados do Centro-Oeste e puxaram a estimativa de produtividade média da safra de inverno para 5,9 toneladas por hectare.

A StoneX, mais uma vez, não alterou a sua estimativa para a primeira safra 2022/23 de milho, de 28.6 milhões de toneladas.

Mercado Interno

Após registrar duas semanas de alta, os preços internos e externos do milho voltaram a cair. Em algumas regiões acompanhadas pelo CEPEA, como Mogiana (SP), Norte do Paraná e Dourados (MS), os preços médios de junho já são os menores do ano.

No caso do Indicador ESALQ/BM&FBovespa (Campinas – SP), a atual média mensal é a menor, em termos reais (deflacionados pelo IGP-DI de maio/23), desde maio de 2019.

Segundo pesquisadores do CEPEA, o movimento de queda reflete o avanço da colheita de segunda safra, que apesar de atrasada na comparação com a safra anterior, tem ganhado ritmo e deve ser intensificada na segunda quinzena de julho. Com isso, a demanda pelo cereal voltou a se enfraquecer, com compradores negociando de maneira pontual, apenas quando há necessidade.

Por Equipe SNA
Facebook
Twitter
LinkedIn
WhatsApp