Prejudicadas sobretudo pela menor demanda de União Europeia e Estados Unidos, as exportações brasileiras de suco de laranja confirmaram as expectativas e encerraram a safra 2018/19, em junho, com forte queda em relação à temporada anterior, quando houve aumento expressivo. O Brasil responde por cerca de 80% das exportações globais.

Segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) compilados pela Associação Nacional dos Exportadores de Sucos Cítricos (CitrusBR), os embarques somaram 932.700 toneladas equivalentes ao produto concentrado e congelado (FCOJ, na sigla em inglês), 19% menos que no ciclo 2017/18. A receita caiu 18% na mesma comparação, para US$ 1.7 bilhão.

Os resultados incluem tanto as vendas de FCOJ quanto às de suco de laranja pronto para beber (NFC). Para harmonizar os cálculos, o volume de NFC, que por não ser concentrado e congelado ocupa espaço seis vezes maior nos navios, é convertido pela CitrusBR ao equivalente em FCOJ.

No total, informou a entidade, as exportações do FCOJ propriamente dito alcançaram 660.700 toneladas em 2018/19, com queda de 24,70%, e os de NFC permaneceram estáveis, quando não convertido, o volume chegou a 1.5 milhão de toneladas. A receita das vendas de FCOJ recuou 23,10%, para US$ 1.2 bilhão, e o valor dos embarques de NFC caiu 4%, para US$ 492.5 milhões.

Somando-se o FCOJ e o volume convertido de NFC, os embarques para a UE diminuíram 10%, para 606.500 toneladas, e renderam US$ 1.1 bilhão, uma queda de 8%. No mercado europeu ainda pesa a tendência de redução do consumo de suco de laranja integral em tempos de proliferação de concorrentes mais baratos como néctares e refrescos.

Mas foi a redução dos embarques para os EUA, também exportadores de suco, que afetaram mais o resultado total. Com a recuperação da oferta americana na última safra, as vendas brasileiras totais para aquele país recuaram 39% em volume (193.700 toneladas) e em valor (US$ 341 milhões) no ciclo 2018/19.

“Na safra 2018/19, a temporada de furacões na Flórida foi branda, ao contrário do que ocorreu em 2017, quando o Furacão Irma devastou os pomares, e prejudicou muito a produção local, obrigando os americanos a importar muito mais suco”, indicou Ibiapaba Netto, diretor-executivo da CitrusBr, em nota.

Os principais destinos do suco brasileiro na Ásia também importaram menos na safra que terminou em junho. As vendas para o Japão atingiram a 47.000 toneladas ou US$ 91.4 milhões, quedas de 14% e 13%, respectivamente, e para a China alcançaram 33.200 toneladas ou US$ 65.1 milhões (quedas de 16% e 18%, respectivamente).

Mais em www.citrusbr.com.br

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