O aumento da produtividade no setor agrícola no Brasil será alcançado com a expansão do sistema elétrico nacional. A afirmação é do diretor da Sociedade Nacional de Agricultura Ronaldo de Albuquerque. “Ele é fundamental para a segurança alimentar e suas infraestruturas de suporte”, declara ao analisar o potencial do país como principal fornecedor de alimentos para o mundo nas próximas décadas. “Economia verde, ou seja, a segurança alimentar, a energética e a preservação dos recursos naturais são componentes indispensáveis para que o Brasil, futuramente, possa alimentar o mundo. Nós já dispomos de água, solo, terra, tecnologia e capacidade empresarial”, cita o diretor.
Albuquerque lembra que atualmente no Brasil o Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea), criado em 2003, auxilia na formulação de políticas do governo para garantir o direito dos cidadãos à alimentação. “É preciso planejamento para aperfeiçoar a política agrícola e estruturar o agronegócio”, reforça. Ele ainda destaca a importância do artigo 3º da Lei Orgânica de Segurança Alimentar e Nutricional (Losan) nº 11.346 (15/09/06), enfatizando que “a segurança alimentar e nutricional consiste na realização do direito de todos ao acesso regular e permanente a alimentos de qualidade, em quantidade suficiente, sem comprometer o acesso a outras necessidades essenciais, tendo como base práticas alimentares promotoras de saúde, que respeitem a diversidade cultural e que sejam: ambiental, cultural, econômica e socialmente sustentáveis”.
FOME NO MUNDO
A exemplo do representante no Brasil da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), Alan Bojanic, o diretor da SNA acredita que até 2050 o país vai responder por 40% do crescimento da produção mundial. Além disso, Albuquerque defende a criação de um grupo estratégico de pensadores sobre o papel da nação no futuro, diante dos números alarmantes da fome no planeta. “O último relatório da ONU para a Alimentação e Agricultura revela que uma em cada oito pessoas no planeta sofre de fome crônica”, informa. “O problema atinge 842,3 milhões de pessoas. Concentra-se nos países em desenvolvimento, onde vivem 826,6 milhões de pessoas nessa situação. Em termos proporcionais, a África tem 23,6% de seus habitantes em situação de fome crônica, quase uma em cada quatro pessoas.”
Para o diretor da SNA, segurança alimentar e crescimento da produção são questões urgentes. “A miséria é uma consequência socioeconômica de solução distorcida dada a um problema. Existisse no mundo uma agricultura produzindo frutos generosos, a questão da pobreza estaria minimizada. Daí nosso redobrado interesse em ver o aumento da produtividade agrícola ser atacada com mais agressividade e eficiência”. O tema “Alimentos” será discutido durante o 7º Congresso de Agribusiness da SNA, que acontece nos dias 7 e 8 de novembro, na Confederação Nacional do Comércio (CNC), no Centro do Rio de Janeiro.
POR EQUIPE SNA/RJ