China pode explicar a derrocada das Treasuries e isso seria uma má notícia

De abril a julho (o dado mais recente), os chineses se desfizeram de US$ 40 bilhões em títulos do Tesouro dos EUA – Imagem de Freepik

A China pode estar por trás da empinada na ponta mais longa dos Treasuries, indicou Torsten Sløk, o economista-chefe da Apollo Global Management.

“O crescimento econômico da China está desacelerando por questões cíclicas e estruturais, e as exportações chinesas para os EUA diminuíram,” Sløk escreveu no blog da gestora. “Como resultado, a China possui menos dólares para serem reciclados em Treasuries. De fato, a China vendeu US$ 300 bilhões em Treasuries desde 2001, e o ritmo de venda tem sido maior nos últimos meses.”

Segundo o economista, se de fato a China for uma das razões para a alta dos yields, ao lado de fatores como o “quantitative tightening” do Fed, o rebaixamento do rating soberano americano e o aumento das emissões do Tesouro, nem mesmo números mais fracos nos dados do emprego (que serão divulgados na sexta-feira) deverão conter a alta das taxas longas.

De abril a julho (o dado mais recente), os chineses se desfizeram de US$ 40 bilhões em títulos do Tesouro dos EUA. Hoje o país asiático detém US$ 822 bilhões em Treasuries, a sua menor posição desde 2009.

“O bottom line é que o custo do capital provavelmente permanecerá mais elevado por razões que têm pouco a ver com o ciclo econômico,” Sløk indicou em um post no site da Apollo Academy. “O incomum foi o período com juro essencialmente zero entre 2008 e 2020.”

Os rendimentos dos títulos de 10 anos registraram hoje um novo recorde na história recente a 4,78%, o maior yield desde 2007. A taxa dos Treasuries de 30 anos atingiu 4,93%, também a mais elevada em 16 anos.

EUA/Treasuries:

TNote de 30 anos subiu para 4,933%, de 4,7898% ontem

TNote de 2 anos subiu para 5,145% de 5,1041% ontem

TNote de 5 anos subiu para 4,8028% de 4,7016% ontem

TNote de 10 anos subiu para 4,799% de 4,6718% ontem

Rendimentos de títulos americanos com taxa de 10 anos – Gráfico: Bloomberg

Fontes: Brazil Journal e Bloomberg
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