Setor de ovos quer elevar consumo per capita em 9% e estimular exportações

Segundo FranciscoTurra (ABPA), um ovo contém 70 calorias e entre 4 a 5 g de gordura. Foto: Divulgação/APBBA
Segundo FranciscoTurra (ABPA), um ovo contém 70 calorias e entre 4 a 5 g de gordura. Foto: Divulgação/APBBA

A Semana do Ovo, organizada pela Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) e pelo Instituto Ovos Brasil (IOB), pretende aumentar o consumo de ovos no País para 185 unidades/habitante neste ano, ante 168,72 unidades em 2013, um avanço de 9%, ainda assim inferior à média de 360 ovos por habitantes, no México, e ao consumo mundial, que é de 220 ovos per capita. A meta do setor é alcançar a marca de 200 ovos em 2015.

De acordo com a ABPA, em 2007, quando começaram as ações para levar informação e conhecimento sobre o produto, o consumo anual per capita (doméstico e industrial) brasileiro era de 131,8 unidades, o que representa uma evolução de 30% até o ano passado.

Os dados foram apresentados na terça-feira (7/10), em São Paulo, durante coletiva de imprensa para divulgar a Semana do Ovo, realizada de 6 a 11 de outubro em todo o País, em vários Estados, através de ações das associações regionais do setor.

O ovo pode ser uma grande riqueza para o País, segundo Francisco Turra, presidente-executivo da ABPA, que acredita numa maior demanda do produto durante as Olímpiadas de 2016. “Nossa meta é aumentar a produção para atender a demanda dos atletas estrangeiros e dos brasileiros que consomem ovos durante a preparação para os Jogos Olímpicos”, acrescenta Ricardo Santin, presidente do conselho de administração do Instituto Ovos Brasil e vice-presidente de aves da ABPA.

Ricardo Santin (ABPA e IOB): “A alta nos preços das carnes pode levar o consumidor a optar pelo ovo como uma proteína mais acessível.” Foto: Divulgação/APBBA
Ricardo Santin (ABPA e IOB): “A alta nos preços das carnes pode levar o consumidor a optar pelo ovo como uma proteína mais acessível.” Foto: Divulgação/APBBA

Uma das justificativas para a previsão de aumento de consumo de ovos no País, na visão de Santin, são os preços mais elevados de outras proteínas concorrentes no primeiro semestre deste ano que estimularam a substituição pelo ovo. “A alta nos preços das carnes pode levar o consumidor a optar pelo ovo como uma proteína mais acessível”, avalia.

Outro fator que elevou o consumo, segundo Santin, foi a queda do “mito” de que ovo faz mal à saúde. “Percebemos uma mudança no comportamento do consumidor, que já não vê o ovo como um alimento prejudicial”, justifica. “A desmistificação de que ele faz mal à saúde e o efeito da sua substituição por outras fontes de proteínas indicam um cenário positivo para o futuro”, explica.

“Vamos continuar mostrar as qualidades do ovo, um excelente alimento que contém 13 vitaminas e sais minerais, além de ácido fólico e colina (muito úteis durante a gestação)”, afirma Turra, lembrando que cada unidade de ovo contém apenas 70 calorias e entre 4 a 5 g de gordura.
Segundo o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), o ovo não aumenta o colesterol. “Pesquisas comprovaram que o ovo ajuda o controle de doenças como diabetes”, destaca Santin.

MERCADO

De janeiro a setembro deste ano, a produção brasileira de ovos alcançou 27,82 bilhões de unidades, ante 25,92 bilhões produzidos no mesmo período de 2017, um aumento de 7,7%, segundo a ABPA.

Atualmente, o Brasil exporta apenas 1% de sua produção, sendo 82% do produto in natura. Os consumidores da Europa estão na mira da ABPA que tem como meta, para os próximos cinco anos, aumentar as vendas externas em 10%. Nos nove primeiros meses deste ano, as exportações de ovos caíram 25% em volume e de 40% em receita, em razão de uma restrição imposta por Angola, proibindo a emissão de licenças de importação. O maior mercado brasileiro é o Oriente Médio, destacando-se os Emirados Árabes com 74% do volume de ovos in natura e 31% de processados, nesse caso dividindo a primeira posição com a Arábia Saudita, com o mesmo porcentual.

De acordo com Santin, a produção brasileira de ovos vem de pequenos produtores, inclusive famílias que se dedicam à atividade há vários anos, contribuindo a agregação de renda na propriedade. O maior polo de produção é o Estado de São Paulo, com cerca de 30% do mercado nacional, seguido por Rio Grande do Sul, sul de Minas Gerais e Espírito Santo.

AÇÕES

O Grupo Pão de Açúcar (GPA) está realizando várias ações durante a Semana do Ovo 2014, em 12 lojas das redes Extra e Pão de Açúcar, entre elas uma oficina gastronômica para os clientes do programa de relacionamento Pão de Açúcar Mais. A expectativa da rede é aumentar as vendas do produto em 30% em comparação ao mesmo período de 2013.
Segundo Rogério Belzer, diretor Executivo do Instituto Ovos Brasil, o GPA adere à campanha pelo quarto ano consecutivo. “Neste ano estão previstas degustações de receitas e decoração em lojas, entrega de materiais informativos e distribuição de 20.000 unidades de livros de receitas e gibis em parceria com o IOB”, informa.

A Semana do Ovo foi criada para comemorar o Dia Mundial do Ovo, festejado em 10 de outubro. A campanha deste ano reúne representantes de todos os elos da cadeia produtiva. Entre as entidades nacionais organizadoras do evento estão ABPA e o IOB, entidades estaduais parceiras e empresas do setor.
Por equipe SNA/SP

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