Centro-Oeste atrai investimentos externos, mas logística ainda é problema

Diretor da SNA, Helio Sirimarco diz que "o Centro-Oeste contém ecossistemas de Cerrado, Mata Atlântica e Campos de Altitude, onde são obtidas as maiores produtividades de soja, milho, sorgo, feijão e algodão do Brasil”. Foto: Divulgação SNA
Diretor da SNA, Helio Sirimarco diz que “o Centro-Oeste contém ecossistemas de Cerrado, Mata Atlântica e Campos de Altitude, onde são obtidas as maiores produtividades de soja, milho, sorgo, feijão e algodão do Brasil”. Foto: Divulgação SNA

Referência em sustentabilidade, constante uso de tecnologia, aumento do volume de produção. Estes entre outros fatores fazem do Centro-Oeste a região que mais cresce no Brasil e a que mais atrai investimentos estrangeiros.

Área de maior concentração agrícola do País – 40%, segundo dados do IBGE – o Centro-Oeste, na opinião de analistas, desperta atualmente grande interesse por parte de países da África e da América do Sul, além de nações como os Estados Unidos e a China.

De acordo com a Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), no ano passado, cerca de 50% das transações no agronegócio contaram com a participação de investidores de outros países.

No entanto, a região continua a enfrentar o seu maior problema: a logística. “Vários debates e iniciativas tentam buscar soluções para resolver essa questão”, aponta Helio Sirimarco, diretor da Sociedade Nacional de Agricultura.

INTEGRAÇÃO

“O projeto Centro-Oeste Competitivo, por exemplo, propõe identificar sistemas de logística de menor custo e promover uma integração do Brasil com os países sul-americanos e o resto do mundo, por meio da criação de eixos de desenvolvimento. Isso vai envolver investimentos em energia, telecomunicação e capital humano, com a participação da iniciativa privada, e irá atrair atividades econômicas, gerando emprego e renda, e fomentando a inserção da região na economia mundial”.

Outra iniciativa, de acordo com Sirimarco, foi colocada em prática pela Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja). “Recentemente a associação articulou uma audiência entre o vice-governador Carlos Fávaro e representantes de um pool de empresas que realiza a navegação comercial na hidrovia Paraguai-Paraná para avaliar a possibilidade de ampliação do serviço até Cáceres. O governo, por sua vez, confirmou sua parceria para viabilizar o projeto”.

O diretor da SNA lembra ainda que o vice-governador, apesar de reconhecer que Mato Grosso lidera na produção pecuária e de várias culturas, afirma que o estado “continua adormecido em relação à infraestrutura logística”. Segundo Sirimarco, a ideia do governo é integrar todas as saídas logísticas de forma sustentável, desde que haja competitividade no setor.

MAIOR PRODUTIVIDADE

Se no passado o Centro-Oeste era uma região associada ao desmatamento, hoje em dia sua agricultura tornou-se referência em práticas sustentáveis de produção.

“Pesquisas indicam que a agricultura brasileira continuará crescendo, principalmente sobre as áreas atualmente ocupadas por pastagens degradadas, localizadas nas regiões Centro-Oeste e Nordeste. O Centro-Oeste contém ecossistemas de Cerrado, Mata Atlântica e Campos de Altitude, onde são obtidas as maiores produtividades de soja, milho, sorgo, feijão e algodão do Brasil”, explica Sirimarco.

Análises recentes da Embrapa Cerrados mostram que essas regiões possuem os maiores índices de produção anual de grãos no Brasil. Entretanto, as pesquisas apontam que a lucratividade da cultura da soja na região é inferior a dos estados da região Sul, e a dos países do Mercosul e dos Estados Unidos.

Por equipe SNA/RJ

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