União Europeia publica embargo a 20 frigoríficos de carne de frango do Brasil

A União Europeia publicou nesta segunda-feira em seu jornal oficial o embargo definitivo às importações de carne de frango de 20 frigoríficos brasileiros. A medida passa a valer daqui a dois dias, segundo documento assinado pelo presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker.

Como já havia antecipado o Valor, entre as plantas embargadas, 12 são da BRF, maior exportadora do produto e uma das maiores empresas de alimentos do Brasil. A empresa foi alvo da Operação Trapaça, terceira fase da Carne Fraca, deflagrada no último dia 5 de março e que apura um esquema de fraudes envolvendo laboratórios na análise da bactéria salmonela em carne de frango para exportação.

O embargo, que já havia sido decidido em votação unânime dos países-membros do bloco europeu em 19 de abril, também incluiu unidades de tradicionais cooperativas do Paraná: Copacol, em Cafelândia; Copagril, de Marechal Cândido Rondon; Coopavel, de Cascavel; e LAR, de Matelândia.

Outro frigorífico paranaense, da empresa Avenorte Avícola, de Cianorte, também está na lista, além de frigoríficos de menor porte, como Zanchetta Alimentos, de Boituva (SP); São Salvador Alimentos, de Itaberaí (GO); e Bello Alimentos, de Itaquiraí (MS).

No documento, Juncker argumenta que, a partir de março de 2017, quando foi revelada a Operação Carne Fraca, a União Europeia passou a notificar o Brasil sobre “um número significativo de casos de descumprimento grave e reiterado, devido à presença de salmonela em carne de aves de capoeira e preparados de carne de aves originários de vários estabelecimentos do Brasil”.

“As informações recebidas das autoridades competentes brasileiras e os resultados dos controlos oficiais nas fronteiras da União não permitiram demonstrar que foram tomadas as medidas corretivas necessárias para corrigir as deficiências identificadas”, disse o presidente da Comissão Europeia.

“Por conseguinte, não existem garantias suficientes de que esses estabelecimentos cumprem atualmente os requisitos da União, e os seus produtos podem, por conseguinte, constituir um risco para a saúde pública. Torna-se então necessário retirá-los da lista de estabelecimentos a partir dos quais são autorizadas importações de produtos à base de aves de capoeira na União”, concluiu.

Em outra frente, porém, o Ministério da Agricultura já articula com o setor produtivo um cronograma para começar a reabilitar os 20 frigoríficos brasileiros a partir de dezembro.

 

Fonte: Valor Econômico

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