Transferência de tecnologia e formação profissional combatem o desperdício de alimentos  

Antonio Soares, pesquisador da Embrapa, afirma que “a prevenção contra a contaminação química e microbiológica dos alimentos é um fator fundamental quando se realiza o aproveitamento de alimentos para o consumo humano e animal”. Foto: Embrapa

 

Ações de transferência de tecnologia junto a produtores rurais, indústrias, serviços de alimentação e escolas, e programas de formação profissional com a realização de trabalhos sociais e de pesquisa, são ferramentas importantes para a redução do desperdício de alimentos no País. A informação é do pesquisador da Embrapa Agroindústria de Alimentos, Antonio Gomes Soares.

Segundo ele, uma rede formada por instituições de pesquisa e desenvolvimento, bancos de alimentos, produtores rurais ou associações de produtores e empresas privadas, pode ser importante para evitar que as perdas e desperdícios de alimentos afetem a sustentabilidade dos sistemas alimentares.

Com isso, explica Soares, “seria possível aumentar a disponibilidade local e global de alimentos, evitar a geração de perdas de receita para os produtores, bem como a elevação dos preços para os consumidores, e reduzir o impacto negativo sobre sua nutrição e saúde. Além disso, evita-se os efeitos no meio ambiente, devido ao uso insustentável dos recursos naturais”, afirma o pesquisador.

 

CUIDADOS

Ele acrescenta que em Portugal há uma política para o aproveitamento e uso de “produtos feios” fora de padrões comerciais. “Estes produtos não apresentam riscos à saúde, o que não ocorre com produtos contaminados ou deteriorados”. Para Souza, a prevenção contra a contaminação química e microbiológica dos alimentos é um fator fundamental quando se realiza o aproveitamento de alimentos para o consumo humano e animal.

“O descarte intencional de itens próprios para a alimentação envolve varejistas, atacadistas e consumidores. O desperdício se refere a algo intencional que ocorre independentemente da ineficiência nas cadeias de abastecimento alimentar. O correto aproveitamento de alimentos deve envolver cuidados de higiene e limpeza para evitar danos à saúde pela contaminação por microrganismos e/ou a sua deterioração”, ressalta Soares.

 

INICIATIVAS

Ele explica que a redução do desperdício deve passar pela regulamentação dos Bancos de Alimentos, em nível nacional. Estes organismos, segundo o pesquisador, promovem a oferta de alimentação adequada à população.

“Os Bancos de Alimentos estão presentes em diversos estados, com cobertura bem ampla nos municípios acima de 300 mil habitantes. Eles recebem e distribuem gêneros alimentícios a entidades da rede sócio-assistencial, grupos em situação de insegurança alimentar, escolas públicas, creches, restaurantes populares e cozinhas comunitárias”, destaca o pesquisador da Embrapa.

Outras iniciativas contribuem para reduzir o desperdício. Uma proposta publicada no portal do Senado Federal, por exemplo, pretende viabilizar a doação de alimentos – principalmente frutas, legumes e verduras – por parte de supermercados, centros de abastecimento, entre outros, a instituições filantrópicas e humanitárias, para atender famílias carentes. Caso alcance 20 mil apoios, poderá ser analisada pelos senadores. Para saber mais, acesse https://www12.senado.leg.br/ecidadania/visualizacaoideia?id=109544

 

Equipe SNA/Rio

 

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