Soja: Mercado retoma movimento de alta em Chicago

A sessão na Bolsa de Chicago foi de alta volatilidade, mas, no final dos negócios, os contratos futuros da soja encerraram o dia em alta de 10,25 a 13,25 nos principais vencimentos. O setembro/16 fechou cotado a US$ 10,01 ¼ e o novembro/16, que é referência para a nova safra americana, a US$ 9,85 o bushel.

Analistas internacionais atribuíram a alta das cotações aos bons números de demanda, além das especulações sobre o novo relatório mensal de oferta e demanda que a O USDA divulgará no dia 12 de agosto.

Foi divulgada pelo USDA a venda de 246.000 toneladas de soja para a China e a informação foi bem recebida pelo mercado, já que parece indicar a continuidade de um movimento forte de compras desencadeado na última semana, que resultou na venda de mais de 2 milhões de toneladas de soja.

“A soja está em alta, com um bom incentivo das exportações fortes dos últimos dias”, disse Bryce Knorr, analista de mercado do portal internacional da Farm Futures.

Foram divulgados também nesta segunda-feira, os números dos embarques semanais norte-americanos, que subiram em relação aos das semanas anteriores.

A semana, segundo analistas, deverá se caracterizar pelas especulações sobre as condições climáticas no Meio-Oeste americano para a conclusão da safra 2016/17. As últimas previsões do NOAA seguem indicando uma elevação das temperaturas, depois de um final de semana mais ameno. As chuvas, que têm volumes ligeiramente reduzidos, ainda se mostram acima da média para este período em quase todo o Corn Belt.

Após o fechamento, o USDA divulgou o seu relatório semanal de acompanhamento de safras e manteve o percentual de lavouras de soja em boas ou excelentes condições em 72%, mesmo da semana anterior. Informou ainda que 91% das lavouras estão em fase de florescimento contra 86% do ano passado; 69% estão em formação de vagens contra os 65% do mesmo período de 2015.

No Brasil

Apesar da alta em Chicago, os preços no Brasil não registram o mesmo desempenho. O dólar ainda vem sendo o principal obstáculo para eventuais recuperações dos preços.

O dólar comercial fechou em leve baixa de 0,04%, cotado a R$ 3,1677 para venda. Com esse desempenho, a moeda norte-americana permanece nas cotações de fechamento mais baixas desde julho do ano passado.

Aos poucos, porém, as altas na CBOT permitiram que os preços registrassem alguma valorização neste início de semana.

Em Paranaguá, no mercado disponível, a saca registrou alta de 0,61%, cotada a R$ 82,00 e de 1,29% em Rio Grande, cotada a R$ 78,50. Já no mercado futuro, os últimos preços foram R$ 78,00 e R$ 77,50, com a saca em alta de 1,30% e 1,31%, respectivamente.

Para o consultor Vlamir Brandalizze, da Brandalizze Consulting, essa ainda deverá ser uma semana de negócios regionalizados, porém, com preços que podem se mostrar mais atraentes.

“Nos novos negócios a tendência é de que os compradores paguem melhor, já que estão mais altos do que os para a exportação, pois seguiremos consumindo e há pouca soja para ser exportada. Com isso, o espaço para baixo é pequeno e, se ocorrer alguma queda, ela não deverá se sustentar, porque os vendedores seguram a pouca disponibilidade de produto que resta para ser negociado”, disse.

Milho: Em Chicago, demanda dá suporte e preços encerram o pregão em leve alta 

Os contratos futuros do milho negociados na CBOT encerraram a sessão em leve alta de 0,50 a 1 centavo nos principais vencimentos. O contrato setembro/16 fechou cotado a US$ 3,25 ¼, enquanto o dezembro/16 fechou cotado a US$ 3,34 ¾. Já o março/17 fechou cotado a US$ 3,45 o bushel.

“Os contratos futuros do cereal exibiram pequenos ganhos com o suporte do anúncio de uma venda para o México”, disse Bob Burgdorfer, analista e editor do portal Farm Futures.

Outro fator que também contribuiu para esse comportamento dos preços foram os números do boletim de embarques semanais do USDA.

Contudo, a perspectiva de uma grande safra ainda pesa sobre os preços. Na semana passada, o analista da Novo Rumo Corretora, Mário Mariano, disse em entrevista ao Notícias Agrícolas, que já há estimativas de uma produção de 370 milhões a 372 milhões de toneladas. Já a produtividade deve ficar acima das estimativas iniciais de 177,8 sacas de milho por hectare.

Isso é devido ao clima que até o momento tem contribuído para o bom desenvolvimento das plantações. Ainda hoje, o NOAA informou que no período de 15 a 21 de agosto, grande parte do Meio-Oeste deverá registrar temperaturas acima da normal e chuvas abaixo da média.

“Essa semana, o foco do mercado será o próximo o relatório de oferta e demanda do USDA, que será divulgado na próxima sexta-feira (12)”, disse Bob Burgdorfer.

Após o fechamento, o USDA divulgou o seu relatório semanal de acompanhamento de safras, informando que as lavouras do milho em boas ou excelentes condições perderam 2% para 74%, contra 76% da semana anterior.

O relatório mostrou ainda que 97% das lavouras do cereal estão em fase de espigamento contra 94% no mesmo período do ano passado e 9% em na fase do milho dentada contra os 8% de 2015.

Mercado interno

O início da semana foi de ligeira movimentação dos preços do milho no mercado interno. Segundo levantamento realizado pela equipe do Notícias Agrícolas, em Assis (SP), a saca caiu 11,35%, cotada R$ 38,10. Já em Itapeva (SP), a saca caiu 6,82%, com a saca cotada a R$ 40,05. Na região de São Gabriel do Oeste (MS), a saca do grão era cotada a R$ 36,00, em queda de 2,70%. Em Ponta Grossa (PR), a saca cedeu 2,38%, cotada a R$ 41,00.

Em contrapartida, as cotações voltaram a subir no estado de Mato Grosso. Em Tangará da Serra e Campo Novo do Parecis, a alta foi de 14,81%, com a saca cotada a R$ 31,00. Em Sorriso a alta foi maior, de 15,38%, com a saca cotada a R$ 30,00.

No Porto de Paranaguá, a saca do milho para entrega setembro subiu 6,45% e encerrou o dia, cotada a R$ 33,00.

Os produtores permanecem fora do mercado, o que acaba resultando em poucos negócios fechados. Além disso, terão que enfrentar a concorrência da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), que realiza amanhã mais dois leilões de venda dos estoques públicos. Ao todo, serão ofertadas 50.000 toneladas de milho para criadores de aves e suínos.

Já na bolsa brasileira, os contratos futuros do milho encerraram o pregão em terreno misto. Os principais vencimentos registraram altas entre 0,07% e 0,65%. O contrato setembro/16, referência para a safrinha, fechou cotado a R$ 45,10/saca. Apenas os vencimentos novembro/16 e março/17 recuaram 0,09% e 0,02%, respectivamente.

Fonte: USDA

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