Soja fecha novamente com o mercado focado no desenvolvimento das lavouras nos EU

Segunda-feira Chicago não abrirá em decorrência do feriado Juneteenth – 19º dia de junho, o Fim da Escravidão nos EUA.

Os contratos futuros da soja na CBOT fecharam novamente em forte alta. Os principais vencimentos registraram ganhos de 38,25 a 50 centavos, com o julho/23 cotado a US$ 14,66½ (+ 2,68%) e o novembro/23 a US$ 12,21¼ (+ 3,87%) o bushel. O julho na máxima do dia (US$ 14,68¼), registrou a maior cotação desde 21 de abril e o novembro na máxima do dia (US$ 13,47¼), registrou a maior cotação desde 13 de março.

Os contratos futuros do farelo de soja na CBOT fecharam novamente em alta. Os principais vencimentos registraram ganhos de US$ 19,50 a US$ 22,20, com o julho cotado a US$ 416,40 (+ 5,63%) e o dezembro a US$ 403,30 (+ 5,08%) a tonelada curta. O julho na máxima do dia (US$ 417,00), registrou a maior cotação desde 19 de maio e o dezembro na máxima do dia (US$ 403,80), registrou a maior cotação desde 2 de maio.

O óleo de soja fechou em alta pela quarta sessão consecutiva, com o julho registrando um ganho de 2,16% e registrando na máxima do dia (60,24), a maior cotação desde 7 de março.

Na véspera do feriado de segunda-feira, a soja voltou a fechar em forte alta na Bolsa de Chicago na sessão desta sexta-feira (16). Na semana, o vencimento novembro registrou uma alta de 11,21%. Além do grão, subiram também farelo e óleo de soja em Chicago. O vencimento dezembro do farelo registrou uma alta na semana de 9,44% e o óleo julho de 9,53%.

Ontem, a NOPA (Associação Nacional dos Processadores de Oleaginosas dos EUA) surpreendeu o mercado divulgando um volume recorde de esmagamento de soja do mês de maio, além de estoques de óleo abaixo das expectativas do mercado.

O mercado segue refletindo as condições climáticas adversas nos EUA, principalmente depois do Drought Monitor ter elevado o percentual de áreas de soja sob condições de seca no país para 51%, trazendo sinais de alerta ainda mais intensos para a nova safra dos Estados Unidos.

Além das previsões que indicam um cenário ainda desfavorável para os próximos dias, as lavouras não contam com boas reservas hídricas no solo, depois dos últimos meses terem também sido de chuvas abaixo da média.

Segundo explicou o Diretor-Geral do Grupo Labhoro, Ginaldo Sousa, caso estas condições ainda persistam por mais 10 dias, as cotações na CBOT podem registrar um novo movimento de altas.

Argentina

Segundo a Bolsa de Cereais de Buenos Aires (BCBA), a colheita de soja na Argentina atingiu 98,10% da área plantada na última semana. Em comparação com o ano passado, os trabalhos estão 0,90% atrasados. A produtividade média nacional está em 1.530 quilos por hectare, e a estimativa da safra foi mantida em 21 milhões de toneladas.

Segundo a BCBA, 34% das lavouras de soja estavam em boas ou excelentes condições na última semana, contra 23% na semana anterior. O percentual em condições normais caiu de 45% para 42%, enquanto o percentual das em condições regulares ou ruins diminuiu de 32% para 24%.

Milho fechou em alta, com o mercado focado no desenvolvimento das lavouras e na manutenção do acordo do Mar Negro

Os contratos futuros do milho na CBOT fecharam novamente em alta. Os principais vencimentos registraram ganhos de 17 a 23 centavos, com o julho cotado a US$ 6,40¼ (+ 2,73%) e o dezembro/23 a US$ 5,97½ (+ 4,00%) o bushel. O julho na máxima do dia (US$ 6,41), registrou a maior cotação desde 19 de abril e o dezembro na máxima do dia (US$ 5,98), registrou a maior cotação desde 14 de fevereiro.

Os contratos futuros do trigo na CBOT fecharam novamente em alta. Os principais vencimentos registraram ganhos de 26,50 a 28,75 centavos, com o julho cotado a US$ 6,88 (+ 4,01%) e o setembro/23 a US$ 7,01½ (+ 4,27%) o bushel. O julho na máxima do dia (US$ 6,97), registrou a maior cotação desde 19 de abril e o setembro na máxima do dia (US$ 7,09½), registrou a maior cotação desde 19 de abril.

Os problemas climáticos, contudo, não estão restritos aos EUA, com a falta de chuvas provocando preocupações relativas à safra de trigo da primavera 2023/24 na Rússia, além de na Argentina causar mais cortes nas estimativas para a quase finalizada safra de soja 2022/23.

Na União Europeia, a seca do Norte da Europa levou a reduções nesta semana nas estimativas de produção do trigo, embora a safra ainda esteja aumentando ano a ano.

Enquanto isso, a Rússia manteve as incertezas sobre a renovação do acordo do Mar Negro no próximo mês, indicando que não vê “nenhuma perspectiva particularmente positiva” para o acordo.

Como em qualquer mercado climático, bastaria uma mudança nas perspectivas climáticas para mudar o sentimento, especialmente com grande parte da fase de desenvolvimento restante para a maioria das safras de primavera do Hemisfério Norte.

Ainda assim, as preocupações com o clima ajudaram ao vencimento julho do trigo em Chicago, que na semana acumulou uma valorização de 9,28%, registrando a sua quarta semana consecutiva de alta, a mais longa sequência em um ano. Por sua vez, os preços do milho atingiram o nível mais alto em quase dois meses, com o vencimento dezembro na semana acumulando uma valorização de 12,58%.

Os preços do trigo também subiram na Europa, embora um pouco limitados pelas valorizações do euro e da libra esterlina em relação ao dólar, já que as expectativas de aumento das taxas de juros nos EUA diminuíram enquanto as do Reino Unido aumentaram, e o Banco Central Europeu implementou um aumento nesta semana. Moedas mais fortes tornam as exportações menos competitivas.

Acordo do Mar Negro

É “impossível” estender o acordo de grãos do Mar Negro nas circunstâncias atuais, disse a Presidente da Câmara Alta do Parlamento da Rússia, Valentina Matviyenko, nesta sexta-feira, segundo a agência de notícias Interfax.

Matiyenko, falando em um fórum econômico em São Petersburgo, disse que “os limites de nossa paciência… foram esgotados”, ecoando comentários feitos no início desta semana pelo presidente Vladimir Putin e outras autoridades russas de alto escalão.

No entanto, ela também disse que seria importante evitar o agravamento da crise alimentar nos países mais pobres. O acordo do Mar Negro permite a exportação segura de grãos e outros produtos a partir de portos da Ucrânia.

Argentina

Segundo a Bolsa de Cereais de Buenos Aires (BCBA), a colheita do milho atingiu 37,50% da área plantada, um avanço de 4,90% na semana. A produtividade média nacional está em 4.770 quilos por hectare, e a estimativa da safra foi mantida em 36 milhões de toneladas.

O percentual das lavouras de milho em boas ou excelentes condições aumentou de 5% para 7%. A BCBA informou que o percentual das em condições normais diminuiu de 42% para 41%. Já o percentual das em condições regulares ou ruins caiu de 53% para 52%.

O plantio de trigo da safra 2023/24 na Argentina atingiu 39,50% da área total estimada de 6.3 milhões de hectares, informou a Bolsa de Cereais de Buenos Aires nesta quinta-feira em relatório semanal. O percentual representa um avanço de 20% em relação à semana anterior, mas um atraso de 18% em relação ao mesmo período do ano passado.

Mercado Interno

Segundo dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (CEPEA), os preços do milho no mercado interno registraram mais um mês em queda e atingiram, no dia 14 de junho, o preço de R$ 54,33/ saca, a menor cotação do ano. Segundo a análise mensal do CEPEA, os principais fatores que causaram essa queda de preço foram: clima favorável para grandes safras e redução de demandas por parte dos compradores que esperavam uma desvalorização do produto.

A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) ainda estima uma safra recorde de milho no Brasil este ano, e o USDA prevê que as exportações brasileiras de milho superem as estadunidenses em 1.1 milhões de toneladas na safra 2022/2023. A produção estimada pela Conab é de que essa safra totalize 126.6 milhões de toneladas.

Para Fábio Pizzamiglio, Diretor da trading Efficienza a população encontrará produtos mais baratos devido aos preços baixos da saca deste mês: “Em junho do ano passado, os compradores pagavam cerca de R$ 86,00/saca de 60kg, e, neste ano, uma saca de milho sai por R$ 54,33”, disse. “Os principais responsáveis por essa variação, geralmente, são clima, oferta e demanda, nacional ou internacional”, acrescenta o empresário.

A saca de milho da primeira quinzena do mês deste ano está 37,13% mais barata do que no mesmo período do ano passado e 9,64% mais barata do que no mês de maio, quando o preço era de R$ 60,13/saca. A estimativa para o mês de julho é uma saca com o preço ainda mais baixo, de R$ 53,23, com uma variação de 0,21% em comparação com os preços de junho. Os preços das sacas foram levantados pelo CEPEA.

 Por Equipe SNA

 

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