Os contratos futuros da soja na CBOT fecharam em alta. Os principais vencimentos registraram ganhos de 3,25 a 4 centavos, com o janeiro/24 cotado a US$ 13,47½ (+ 0,30%) e o março/24 cotado a US$ 13,60¾ (+ 0,24%) o bushel. Nas últimas cinco sessões o janeiro acumula uma alta de 0,31% e o março de 0,42%.
Os contratos futuros do farelo de soja na CBOT fecharam novamente em baixa. Os principais vencimentos registraram quedas de US$ 0,50 a US$ 1,30, com o dezembro cotado a US$ 449,40 (- 0,11%) e o janeiro/24 a US$ 434,90 (- 0,30%) a tonelada curta. Nas últimas cinco sessões o dezembro acumula uma alta de 1,65% e o janeiro/24 uma alta de 0,62%.
O óleo de soja fechou em alta pela terceira sessão consecutiva, com o dezembro registrando um ganho de 1,49%. Nas últimas cinco sessões o dezembro acumula uma alta de 3,73%.
A soja fechou em leve alta, recuperando uma pequena parte das perdas ocorridas na sessão anterior.
Mas analistas têm alertado que as novas estimativas do USDA terão um impacto limitado sobre a soja em Chicago, uma vez que as atenções do mercado estão voltadas para as condições climáticas para as lavouras da América do Sul, especialmente no Brasil, diante do atraso no plantio da safra 2023/24.
O mercado ainda tenta digerir a estimativa do USDA de aumento da produção da soja nos Estados Unidos acima do esperado, que foi o principal fator do movimento de baixa de ontem.
Também para a próxima semana, o mercado seguirá atento aos dados da demanda pela soja dos EUA. Nos últimos cinco dias, os exportadores do país reportaram a venda de quase 2 milhões de toneladas de soja para a China, fato que pode dar novo impulso para os preços.
Plantio – Brasil
O plantio da safra 2023/24 da soja no Brasil atingiu 61,28% da área esta sexta-feira (10/11), segundo dados da Pátria Agronegócios, divulgados hoje. O ritmo do plantio segue atrasado quando comparado com os 73,44% no mesmo período de 2022 e 70,67% na média dos últimos cinco anos.
O clima adverso, principalmente com a falta de chuvas regulares, prejudica o plantio em algumas áreas do Brasil.
A Pátria informou que há relatos de paralisação de plantio em Goiás, Tocantins, Rondônia, Mato Grosso do Sul e São Paulo. “Em Mato Grosso, relatos de replantio já se tornam comuns em vários pontos do Estado”, destacou a consultoria, em nota.
Comercialização – Brasil
A comercialização da safra 2022/23 da soja até o dia 3 de novembro atingiu 88,10% da produção estimada. O volume faz parte do levantamento da Datagro Grãos.
O percentual de venda da oleaginosa está abaixo dos 91,40% do mesmo período do ano passado, bem como o recorde de 98,70% da safra 2019/20 e da média dos últimos cinco anos, que é de 94,40%.
O avanço mensal foi de apenas 2,80%, abaixo dos 4,60% do mês anterior e dos 3,70% do mesmo período do ano passado, mas levemente acima dos 2,30% da média normal.
“O menor ritmo de negócios ficou dentro de nossa expectativa, pois refletiu a queda nos preços em outubro, e também pela menor necessidade de alavancagem de recursos”, indicou o economista e líder de conteúdo da empresa, Flávio Roberto de França Junior,
Considerando a atual estimativa de produção de 157.23 milhões de toneladas (projeção da Datagro), os produtores brasileiros já negociaram até a data analisada, 138.46 milhões de toneladas de soja.
No mesmo período do ano passado, o volume negociado era relativamente maior, mas menor em termos absolutos, totalizando 119.35 milhões de toneladas.
As negociações da safra 2023/24 também andaram pouco no período analisado. O levantamento da consultoria informa que 23,80% da produção estimada foi vendido, avanço mensal de 1,90% acima dos 1,70% do mesmo período do ano passado, mas abaixo dos 3% da média plurianual.
O percentual está acima dos 19,10% compromissados em 2022, mas muito abaixo dos 53,40% do recorde da safra 2020/21 e dos 32,20% da média plurianual.
A atual estimativa da Consultoria para a safra 2023/24 é de uma produção de 163.72 milhões de toneladas, levando em consideração a relativa normalidade climática e aumento de 2% da área plantada para 45.7 milhões de hectares.
Milho fecha em baixa dando sequência ao movimento de ontem
Os contratos futuros do milho na CBOT fecharam novamente em baixa. Os principais vencimentos registraram quedas de 3,75 a 4 centavos, com o dezembro cotado a US$ 4,64 (- 0,85%) e o março/24 a US$ 4,79 (- 0,78%) o bushel. O dezembro na mínima do dia (US$ 4,61¾) registrou uma nova mínima contratual. Nas últimas cinco sessões o dezembro acumula uma queda de 2,78% e o março de 2,69%.
Os contratos futuros do trigo na CBOT fecharam novamente em baixa. Os principais vencimentos registraram quedas de 5,50 a 7 centavos, com o dezembro cotado a US$ 5,75¼ (- 0,95%) e o março/24 a US$ 5,99¼ (- 1,15%) o bushel. Nas últimas cinco sessões o dezembro acumula uma alta de 0,48%.
O milho fechou novamente em baixa, dando sequência ao movimento de ontem, diante das estimativas otimistas para a oferta do grão.
O USDA estimou um aumento da produção no país e também globalmente, derrubando as cotações do milho em Chicago para o menor patamar em dois anos.
“Esse aumento na produção de milho reduz ainda mais o interesse da aquisição do grão, o que deixa os compradores em uma situação mais confortável. Além disso, o aumento da queda do cereal”, disse Luiz Pacheco, analista da TF Consultoria Agroeconômica.
Mesmo com uma calmaria para o mercado do milho, o especialista lembra que a safrinha de milho do Brasil é um contraponto a esse movimento de queda do cereal.
“Mesmo que o início do plantio ainda seja uma coisa distante, o mercado já começa a olhar com preocupação para esse cenário, pois haverá perdas da janela para o plantio ideal do grão”, indicou o analista.
As estimativas da safra de trigo, divulgadas ontem pelo USDA, voltaram a pressionar as cotações do cereal em Chicago.
Luiz Pacheco, analista da TF Consultoria Agroeconômica, disse que especialmente as estimativas dos estoques finais de trio no mundo e nos EUA pressionaram o mercado.
“Os números do USDA servirão como pano de fundo para os preços do trigo pelos próximos 30 dias, quando um novo relatório será divulgado. Apesar disso, os preços não têm muito espaço para ficar abaixo de US$ 5,88 por bushel”, disse Pacheco, se referindo ao vencimento março.
Na percepção de Luiz Fernando Pacheco, Diretor da TF, ainda que o USDA tenha aumentado em 5 milhões de toneladas à estimativa da oferta russa, o volume já era considerado por alguns agentes de mercado, e por isso terá um impacto de curto prazo nos preços futuros.
“O que vai ditar o rumo das cotações de dezembro em diante serão as estimativas das áreas produtoras, como a Argentina, e também as estimativas de colheita da Índia e Austrália, que passam por problemas com o clima”, disse.
Comercialização – Brasil
O levantamento da Datagro mostra que a comercialização do milho da safra de verão 2022/23 no Centro-Sul do Brasil avançou 5,90%, acima da média normal para o período de 3,20%. Com isso, as vendas atingiram 85,10% da produção estimada contra 79,20% no levantamento anterior.
No mesmo período de 2022, esse percentual era de 84,70% e 90,70% da média dos últimos cinco anos. Com estimativa da safra de 20.16 milhões de toneladas, os produtores comercializaram 17.15 milhões de toneladas.
“A alta dos preços internos (enquanto a soja recuou), a firme demanda, a finalização da colheita de inverno e as deficiências da estrutura de armazenagem na Região Central do País levaram os produtores a acelerar as vendas do milho”, indicou França Junior.
A comercialização da safra de inverno 2023 da Região, estimada em 95.8 milhões de toneladas, atingiu a 65,80%, contra 59,10% no levantamento anterior, 69,60% na mesma data do ano passado e média plurianual de 81%.