Soja fecha em alta com nova venda para “destinos não conhecidos”

Os contratos futuros da soja na CBOT fecharam novamente em alta. Os principais vencimentos registraram ganhos de 9,75 centavos. O novembro/20 fechou cotado a US$ 10,64 e o janeiro/21 a US$ 10,63¾ o bushel.

Os contratos futuros do farelo de soja na CBOT fecharam em baixa, com o dezembro na máxima do dia (US$ 378,00) registrando uma nova máxima contratual. Os principais vencimentos registraram quedas de US$ 0,60 a 1,30. O dezembro/20 fechou cotado a US$ 371,90 e o janeiro/21 a US$ 366,60 a tonelada curta.

Vendas EUA        

O USDA informou que exportadores dos Estados Unidos relataram vendas de 132.000 toneladas de soja da safra 2020/21 para destinos não conhecidos.

Importações Brasil 

Segundo os analistas da Consultoria TF Agroeconômica, as importações de soja irão aumentar o volume disponível, mas não diminuir os preços. Na última sexta-feira o governo liberou das taxas de importação a soja, até 15 de janeiro de 2021, e o milho (até 31 de março de 2021), para “conter a alta de preços no setor de alimentos, indicou a nota no site do Ministério da Economia.

Para a TF, as principais consequências desta medida serão:

  1. a) Descompressão na demanda das indústrias esmagadoras, uma vez que poderão contar com um volume maior para suas operações.
  2. b) Mas, somente a partir do final de novembro, porque, se forem fechadas hoje, estas cargas demorarão 45/60 dias para chegar ao Brasil, serem descarregadas nos portos e transportadas até as indústrias, no interior.
  3. c) Por enquanto, o objetivo de conter a alta dos preços não se confirmará, porque os preços da soja tanto americana, quanto argentina, não chegarão nas indústrias do interior abaixo de R$ 170,00/R$ 175,00/saca, que são preços superiores aos que elas estão pagando hoje ao produtor brasileiro. E as estimativas para Chicago, pelo menos no período das importações, não são de queda, muito pelo contrário, com este aumento inesperado da demanda pela soja americana, a tendência é de Chicago subir um pouco mais.
  4. d) Como os preços em Chicago costumam manter uma relação em quase todos os vencimentos, a parte positiva disto para o agricultor brasileiro é que os preços de maio de 2021 provavelmente também subirão um pouco acompanhando o de novembro, permitindo que os preços da próxima safra sejam também levemente melhores do que estão hoje.

Plantio Paraná 

O plantio de soja 2020/21 no Paraná alcançou 32% da área estimada até o dia 19 de outubro, o dobro dos 16% registrados na semana anterior, com o retorno das chuvas nos últimos dias, informou o Departamento de Economia Rural (DERAL) nesta terça-feira.

No entanto, os trabalhos seguem atrasados em relação aos anos anteriores e o nível de precipitação ainda precisa aumentar para que o plantio avance com mais celeridade.

“As condições climáticas estão um pouco melhores. Os produtores avançaram o plantio devido às chuvas que ocorreram na semana passada, mas ainda necessitam de mais”, disse o analista do DERAL Marcelo Garrido.

No mesmo período do ano anterior, 45% das lavouras de soja estavam plantadas e, em 2018, este percentual era ainda maior, com mais da metade das áreas já plantadas (59%), segundo dados do DERAL.

Segundo Garrido, o atraso é preocupante para agricultores que cultivam o milho segunda safra no Estado, um dos maiores produtores do cereal no País.

“A janela de plantio de milho segunda safra, nas regiões que plantam a soja mais cedo aqui no Paraná, tende a ser menor”, disse.

Milho fecha em alta 

Os contratos futuros do milho na CBOT fecharam novamente em alta, com o dezembro na máxima do dia (US$ 4,09¾) registrando a maior cotação desde 25 de outubro de 2019. Os principais vencimentos registraram ganhos de 2,75 a 3,50 centavos. O dezembro/20 fechou cotado a US$ 4,08¾ e o março/21 a US$ 4,13¼ o bushel.

Os contratos futuros do trigo na CBOT fecharam em alta pela quinta sessão consecutiva, com o dezembro na máxima do dia (US$ 6,38¼) registrando nova máxima contratual. Os principais vencimentos registraram ganhos de 5 a 6 centavos. O dezembro/20 fechou cotado a US$ 6,32 e o março/21 fechou cotado a US$ 6,32 o bushel.

Importações Brasil 

A liberação das taxas de importação do milho norte-americano (o milho da Argentina e do Paraguai não tem taxas) não resultou na queda nos preços do milho para melhorar a situação dos produtores de leite e ovos no Brasil, como era intenção da portaria que liberou a importação. Foi isso que afirmou a TF Agroeconômica.

Muito pelo contrário, os preços chegariam 17,54% mais caros do que o preço mais alto pago pelo milho hoje no País. Todos os dias os analistas da TF calculam os preços do milho proveniente da Argentina e do Paraguai, para os compradores do Oeste catarinense e do Rio Grande do Sul.

O milho importado do Paraguai chegaria ao Oeste do Paraná ao redor de R$ 71,66 (R$ 70,80); ao Oeste de Santa Catarina ao redor de R$ 79,75 (R$ 78,61) e ao Extremo Oeste de SC ao redor de R$ 81,43 (R$ 80,30). A cotação do milho argentino caiu para R$ 90,11 (R$ 90,37) e a do milho americano caiu para R$ 95,91 (R$ 96,78) no Oeste de SC.

Segundo os cálculos da TF, o milho argentino chegaria praticamente empatado com o milho norte-americano, ao redor de R$ 86,44, mas o milho paraguaio chegaria ao Rio Grande do Sul ao redor de R$ 65,57, cerca de 12,57% mais barato do que o milho nacional, mas as disponibilidades são reduzidas. O que pode ocorrer, assim como na soja, é um aumento do volume ofertado, com a consequente descompressão da demanda sobre os eventuais detentores de milho brasileiro, que, sem pedidos, poderão eventualmente reduzir os preços. Então o efeito é realmente, mais psicológico.

Plantio Paraná 

A Secretaria de Agricultura e do Abastecimento do Paraná divulgou, por meio do Departamento de Economia Rural (DERAL), o seu relatório de plantio das principais safras do Estado.

O relatório semanal apontou que o plantio da safra de verão 2020/21, avançou para 86% contra os 78% da semana anterior. Dessas lavouras, 14% ainda estão em fase de germinação, 85% estão em fase de descanso vegetativo e 1% já estão em fase de floração.

No que diz respeito à qualidade das lavouras, 83% delas foram avaliadas com boas, contra os 85% da semana anterior. O percentual de médias subiu de 14% para 15% neste último relatório, mas as áreas lavouras ruins aumentou de 1% para 2%.

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