Soja fecha com mais de 1% de alta na espera pelo USDA, com demanda forte e otimismo no mercado financeiro

Os contratos futuros da soja fecharam em alta na Bolsa de Chicago. O dia foi de volatilidade e cautela, ao mesmo tempo, ambas causadas pela influência da espera pelo resultado da eleição presidencial nos Estados Unidos. A decisão final só deverá sair na madrugada de quarta-feira (9), mas a ligeira vantagem de Hillary Clinton – apesar da corrida muito apertada – tem sido bem recebida pelos investidores.

Os principais vencimentos encerraram os negócios na CBOT em alta de mais de 12 centavos e todos voltando a superar os US$ 10,00. O janeiro/17 fechou cotado a US$ 10,11 ¼ e o maio/17 fechou a US$ 10,25 o bushel.

Analistas internacionais disseram que com o mercado à espera de algumas definições, os traders buscaram uma cobertura de posições, principalmente diante da divulgação do boletim mensal de oferta e demanda do USDA, fator que intensificou ainda mais a movimentação dos preços na CBOT. E as cotações contaram ainda com o suporte da demanda para a manutenção de alguns patamares importantes para os preços.

“O resultado da corrida presidencial pode intensificar qualquer coisa que o USDA divulgue nesta quarta-feira, particularmente se o cenário político sobre o qual muitos falam se confirmar. Ou seja, os mercados podem se comportar como de costume, vendo a eleição como nada mais do que um rápido pico de volatilidade. Logo nós saberemos”, disse Darin Newson, analista sênior de mercado do portal DTN The Progressive Farmer.

Nesta semana, o USDA já divulgou novas vendas tanto de soja em grão quanto de farelo, confirmando essa demanda muito intensa e ainda bastante concentrada nos Estados Unidos.

Mercado Interno

 

Os preços da soja no interior e nos portos do Brasil não conseguiram, porém, acompanhar os ganhos registrados em Chicago. Na maioria das principais praças de comercialização a saca encerrou o dia estável ou recuando, com exceção de Rio Verde/GO, onde subiu 1,37%, para R$ 74,00.

O dólar, mais uma vez, recuou e fechou o dia cotada a R$ 3,1674 para venda, em baixa de 1,16%.

Nos portos, com exceção do mercado disponível em Rio Grande, onde a saca caiu 0,65% para R$ 76,00, os preços operaram na contramão e terminaram registrando alguma alta. Ainda no terminal gaúcho, o mercado futuro a saca registrou uma alta de 0,64% para R$ 79,00, enquanto em Paranaguá a saca foi cotada a R$ 75,50, em alta de 0,65%. Ainda no terminal paranaense, no mercado disponível a saca fechou cotada a R$ 77,00, em alta de 0,65%, enquanto em Santos, subiu expressivos 4,81% para R$ 80,70.

Milho fecha em forte alta na CBOT antes do boletim do USDA e resultado das eleições nos EUA

Os contratos futuros do milho negociados na Bolsa de Chicago (CBOT) fecharam em forte alta. Durante o dia, os principais vencimentos ampliaram os ganhos e fecharam o dia com valorizações entre 7,25 e 8,00 centavos. O vencimento dezembro/16 fechou cotado a US$ 3,54 ¼ e o março/17 a US$ 3,62 ¾ o bushel.

Segundo informações das agências internacionais, os preços voltaram a subir diante do otimismo no mercado financeiro. Paralelamente, o nervosismo com a eleição presidencial nos Estados Unidos também influenciou o andamento do mercado. Os americanos escolhem entre os candidatos Hillary Clinton e Donald Trump e as primeiras apurações indicam uma ligeira vantagem para a candidata democrata.

Outro fator que também está no radar do mercado é o relatório de oferta e demanda do USDA. E, segundo o consultor de mercado da Brandalizze Consulting, Vlamir Brandalizze, o boletim deve ser mais favorável aos compradores, com a indicação de uma safra recorde.

“Apesar da possibilidade de uma redução na produção americana, ainda teremos uma safra recorde”, disse o consultor.

BM&F Bovespa

 

Na bolsa brasileira, os contratos futuros do milho recuaram pelo 5º dia consecutivo. Os principais vencimentos ampliaram as perdas ao longo do pregão e encerraram o dia em baixa de 0,25% a 1,02%. O vencimento novembro/16 fechou cotado a R$ 39,40/saca e o janeiro/17 a R$ 38,65/saca. O março/17 fechou a sessão cotado a R$ 36,85/saca.

Segundo o analista da Labhoro Corretora, Tiago Delano, os compradores ainda estão abastecidos e adquirem o produto apenas pontualmente. “Temos uma ausência de negócios no mercado físico. E o milho importado também ajudou a abastecer o mercado, com isso, temos esse reflexo nos contratos na BM&F Bovespa”, disse.

O especialista ressalta que na outra ponta, os vendedores estão capitalizados. “Então, estão tentando segurar o produto por enquanto, mas temos a entrada do milho da safra de verão, o que poderia levar alguns compradores ao mercado para dar espaço nos estoques para esse novo cereal”, disse.

Do lado positivo, as especulações sobre o efeito do La Niña nas lavouras de milho verão no Paraná e na Argentina, poderiam dar sustentação, especialmente ao contrato setembro, ainda segundo Delano.

Mercado interno

 

Nas principais praças pesquisadas pela equipe do Notícias Agrícolas, a terça-feira foi de estabilidade. Em Sorriso (MT), a saca recuou 3,85%, cotada a R$ 25,00. Nas regiões de Rio Verde (GO) e em Ponta Grossa (PR), a queda foi de 2,70%, com a saca cotada a R$ 36,00.

Em Não-me-toque (RS), a saca caiu 2,63%, cotada a R$ 37,00. Já em Cascavel (PR), a saca fechou o dia cotada a R$ 31,00, em queda de 1,61%. Em Uberlândia (MG), a queda foi de 1,16%, com a saca cotada a R$ 42,50. Na contramão desse cenário, a saca subiu 1,56% no Porto de Paranaguá, cotada a R$ 32,50.

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