Soja: aumenta competitividade do produto brasileiro com ajuste dos prêmios no Golfo e no Brasil

A queda dos contratos futuros da soja negociados em Chicago se acentuou na parte da tarde e os principais vencimentos fecharam em baixa de mais de 8 centavos, com o maio/17 cotado a US$ 9,91/bushel e o julho/17 a US$ 10,01 ½/bushel. Com esse novo recuo, os preços terminaram o dia registrando as mínimas em cinco meses.

Segundo analistas e consultores nacionais e internacionais, a pressão maior ainda decorre da entrada cada vez mais intensa da nova safra da América do Sul no mercado internacional, que converge com as especulações de um aumento de área nos Estados Unidos na próxima safra.

No Brasil, a colheita continua sendo realizada de forma bastante satisfatória, com mais de 60% da área já colhida e índices de produtividade bastante elevados, o que reforça o sentimento da que a produção poderá alcançar as estimativas das 110 milhões de toneladas. Enquanto isso, na Argentina, após os problemas iniciais, o potencial desta safra foi retomado.

A Bolsa de Cereais de Buenos Aires revisou a sua estimativa da safra para 56.5 milhões de toneladas. O número revisado, alta de 3,1% em relação a estimativa anterior, é um reflexo também dos bons primeiros resultados apresentados neste início de colheita.

Demanda

A demanda permanece trazendo notícias importantes e que ainda oferecem sustentação para as cotações, como os números que o USDA divulgou em seu relatório semanal.

Na semana encerrada em 16 de março, as vendas somaram 818.100 toneladas.

O acumulado das vendas em todo o ano comercial chega a 54.197.800 toneladas. A última estimativa do USDA é de 55.110.000 toneladas para todo o ano comercial. A China segue como principal demandadora da oleaginosa dos EUA.

Comercialização

Embora a demanda precise tanto da oferta norte-americana, quanto da sul-americana, a disputa entre ambos os produtos neste momento também exerce influência no direcionamento das cotações em Chicago. E além do câmbio, o mercado de prêmios também está no centro das atenções, esclarecendo quem leva, neste momento, a maior parcela do mercado.

“Os prêmios no Brasil começaram a cair e estão próximos dos do Golfo, o que torna os preços mais competitivos e consequentemente, aumenta o interesse da China pela soja brasileira”, disse o analista e diretor da Labhoro Corretora, Ginaldo Sousa.

Ainda segundo um levantamento da Labhoro, os prêmios para a soja no Golfo estão entre US$ 0,24 e US$ 0,35 sobre as cotações na Bolsa de Chicago, enquanto em Paranaguá variam de US$ 0.25 a US$ 0,35.

Para o mês de março, a AgResourCe Brasil estima que o ritmo dos embarques brasileiros siga acelerado e, baseando-se na fila de embarques e navios programados (line up), estima que o total alcance, somente neste mês a 10.2 milhões de toneladas. Caso esse volume se confirme, ele será 2 milhões de toneladas maior do que no mesmo período do ano passado.

Preços no Brasil

No Brasil, os preços se mantiveram estáveis em quase todas as principais praças de comercialização e nos principais portos de exportação do País. As quedas de Chicago foram neutralizadas pela alta de 1,36% do dólar, levando a moeda a fechar cotada a R$ 3,1378 para a venda.

Assim, Paranaguá a saca se manteve estável a R$ 69,00 no mercado disponível e a R$ 70,00 para embarque maio. Já em Rio Grande, a saca foi cotada a R$ 69,50 no mercado disponível e a R$ 70,50 para o embarque junho, também sem alterações em relação ao fechamento anterior.

 

Fonte: Notícias Agrícolas

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