Em painel organizado pelo Projeto Soja Brasil nesta quinta-feira, representantes de importantes entidades do agro se reuniram para discutir os desafios da produção e as possíveis soluções para a nova safra de soja. A armazenagem foi apontada como principal problema desse segmento da agricultura brasileira.
“Temos relatos de produtor colhendo safra com 25% de umidade, sem ter onde armazenar”, disse o presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Soja (Aprosoja Brasil), Antônio Galvan. O debate celebrou a abertura da 10ª temporada do Projeto Soja Brasil.
Segundo Galvan, é preciso buscar um meio para que o produtor rural consiga armazenar a soja em sua propriedade. Citando os Estados Unidos como exemplo, ele disse que o país tem capacidade para armazenar até o dobro do que produz.
Visão errada
Thiago Rocha, consultor de Política Agrícola da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT), apontou que as propriedades americanas armazenam de 75% a 80% do que é produzido. “Aqui, temos a visão errada de que o armazém é apenas para suportar (a produção), como se fosse um pulmão. Colho, armazeno e entrego.”
Porém, pelo gargalo representado pela falta de investimento em armazenagem, as perdas na soja se tornam frequentes. “Às vezes, nós que temos de juntar duas safras e deixar no tempo, estragando”, lamentou o presidente da Aprosoja Brasil.
Armazém para Todos
Considerando que a armazenagem é a maior deficiência no Brasil, a Aprosoja-MT lançou recentemente o projeto “Armazém para Todos”, que visa a facilitar o acesso dos produtores ao crédito.
“Temos de mostrar ao governo federal que a safra garantida é aquela que está no armazém. Não aquela que está plantada, para ser colhida. É aquela que está lá para ser colhida”, disse Galvan.
Dessa forma, é esperado que seja perdida uma quantidade menor do produto, o que aumenta o volume disponível para ser negociado, possibilitando a oferta de soja brasileira de maior qualidade.
Fonte: Canal Rural
Equipe SNA
