
A Sociedade Nacional de Agricultura (SNA) e o SNASH (SNA Startup Hub) receberam, nesta quarta-feira (29), uma delegação de nível governamental da Província de Henan, na China. O encontro deu início a um processo para formulação de Acordo Técnico entre as partes com foco na inovação, por meio do SNASH, e na produção orgânica, com o Centro de Inteligência em Orgânicos (CI Orgânicos).
A equipe foi recebida pelo vice-presidente da SNA, Hélio Sirimarco, que iniciou a reunião apresentando as frentes de atuação da entidade. Em seguida, o chefe da delegação e vice-diretor do Departamento de Ciência e Tecnologia da Província de Henan, He Shoufa, também explanou sobre sua província, destacando sua relevância e pontuou aspectos populacionais, econômicos, geográficos e outros relacionados à agricultura. He Shoufa enfatizou que a grande densidade demográfica de sua região, resultou em um vasto mercado com abertura e necessidade de inovação.

SNASH
Neste aspecto, o CEO do SNASH, Leonardo Alvarenga, explicou que o papel do hub , lançado há cerca de três anos, é desenvolver inovação e gerar conexões em toda a cadeia agroalimentar em níveis nacional e internacionalmente. “Temos grande interesse em nos conectar com instituições chinesas para levar soluções àquele país e trazer sua tecnologia para o Brasil”, declarou, citando ainda sua recente viagem de 25 dias à China, quando participou de um seminário, juntamente com outras seis pessoas da SNA/SNASH, incluindo três startups Premium. Na oportunidade, foram firmadas parcerias com grandes empresas chinesas.
Indagado sobre o método de seleção das startups do SNASH, Leonardo Alvarenga explicou como faz a escolha destas empresas para integrarem o hub. “Temos um processo para definir as melhores soluções. Muitas delas chegam até nós; mas a maioria, nós procuramos no mercado ativamente e acabamos formando uma grande base de dados. Diante disto, escolhemos as que farão parte da nossa rede. Atualmente, contamos com cerca de 170 startups, sendo algumas estrangeiras. Ajudamos, inclusive, startups que querem vir para o Brasil fazerem os negócios. Por vezes, colaboramos para que estas empresas abram filiais aqui”.
CI Orgânicos
Durante a reunião, o líder do grupo, demonstrando amplo interesse, fez questionamentos sobre a atuação do CI Orgânicos e pediu exemplos de sucesso desta atividade no Brasil. Em resposta, a diretora da SNA e coordenadora do CI Orgânicos, Sylvia Wachsner, afirmou que o setor está em crescimento no Brasil e que possui, aproximadamente, 27 mil unidades de produção orgânica, sendo, majoritariamente, de agricultores familiares.
“O sucesso em orgânicos tem se concentrado na área de hortifrutigranjeiros (hortaliças e verduras) com produtores familiares, que comercializam em feiras e também fornecem para o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), uma política do governo federal que institui a obrigatoriedade de 30% de produtos orgânicos na merenda de escolas públicas”, enfatizou Sylvia Wachsner.
Relação Brasil-China
A consultora do SNASH, Melina Guelman, salientou que este é um momento muito bom na relação entre Brasil e China. “O agronegócio é muito forte no Brasil, um dos grandes pilares do nosso PIB, se sobressaindo também na parte de inovação. Há muito a ser trazido da China para o Brasil e vice-versa. A SNA, entidade centenária referência do agro em nível nacional, pode contribuir na entrada de empresas e instituições chinesas no mercado brasileiro”.
Ao final da reunião, o chefe da delegação chinesa manifestou intenção de firmar um Acordo de Cooperação Técnica com o SNASH e o CI Orgânicos, e fez ainda um convite para que ambos visitem a Província de Henan para intercâmbio, reforçando o objetivo central da visita e sinalizando o avanço para a concretização de parcerias sólidas no setor de inovação e de produção orgânica entre a China e o Brasil.






