SNA avalia queda de 81,6% nas exportações de milho no primeiro trimestre

Brasil embarcou 2,18 milhões de toneladas de milho ao exterior, no 1º trimestre deste ano: queda de 81,6% frente às 11,86 milhões de toneladas exportadas, no mesmo período de 2016. Foto: Divulgação

As exportações de milho sofreram uma queda de 81,6% no primeiro trimestre de 2017, ao embarcar 2,18 milhões de toneladas. No mesmo período do ano passado, as vendas externas do grão somaram 11,86 milhões de toneladas, conforme dados da Scot Consultoria.

De acordo com o vice-presidente da Sociedade Nacional de Agricultura (SNA) Hélio Sirimarco, o mau desempenho nos três primeiros meses do ano tem uma razão: “Nesse período, predominam as exportações da soja e as de milho costumam aumentar no segundo semestre, com a entrada da safrinha (segunda safra), quando diminuem as de soja”.

Segundo Sirimarco, ainda assim, a queda no trimestre foi significativa: “Nesse caso específico, por causa da quebra da safrinha e das exportações recordes em 2016, os estoques caíram, contribuindo para o volume baixo das vendas externas. Além disso, com a desvalorização do dólar, o milho brasileiro perdeu a competitividade no mercado internacional”.

Números da Scot Consultoria atestam esse cenário: em março, o preço médio da tonelada de milho exportada ficou em US$ 176,95; já o grão norte-americano foi cotado entre US$ 145 e US$ 150 por tonelada.

Sirimarco lembra que a quebra da safrinha em 2016 decorreu de problemas climáticos: “Como a safrinha é plantada após a colheita da soja e da safra de milho de verão, ela é responsável pela oferta no segundo semestre. E como é o dobro da safra de verão, a quebra (no segundo semestre de 2016) teve um forte impacto no mercado (no primeiro trimestre de 2017)”.

Conforme o vice-presidente da SNA, é importante destacar que boa parte das vendas é feita antecipadamente: “Como as expectativas eram de uma grande safra e com a forte alta do dólar no segundo semestre de 2015, o milho brasileiro ficou extremamente competitivo no mercado internacional. Por essa razão, as exportações em 2016 foram recorde (mais de 30 milhões de toneladas)”.

 

“Como a safrinha é plantada após a colheita da soja e da safra de milho de verão, ela é responsável pela oferta no segundo semestre. E como é o dobro da safra de verão, a quebra (no 2º semestre de 2016) teve um forte impacto no mercado”, comenta Hélio Sirimarco, vice-presidente da SNA. Foto: Arquivo SNA

CENÁRIO BOM PARA O PECUARISTA

Se por um lado as exportações sofreram uma queda vertiginosa no primeiro trimestre de 2017, por outro, o atual cenário é visto como positivo, especialmente para o pecuarista que necessita do milho para a suplementação animal.

A safra do grão deve ter alta de 33,7%, segundo relatório de março da Companhia  Nacional de Abastecimento (Conab), e os reflexos desse aumento de produção já podem ser sentidos no mercado.

De acordo com a Carta Insumos: Abacou o sufoco para comprar milho, veiculado no dia 31 de março pela Scot Consultoria, a saca que era vendida por 47 reais, em março de 2016, e no mesmo período deste ano foi negociada a 35 reais.

“Um alívio ao pecuarista, que viu sua remuneração cair 5% este ano”, aponta o documento assinado pelo zootecnista Alex Lopes, mestrando em Administração e consultor da Scot.

Conforme o especialista, tudo indica que, mesmo após a chegada da seca, será mais fácil para o pecuarista que pretende usar milho na suplementação: “E fácil como poucas vezes vimos. Neste ano, em que é necessário intensificar a produção para encurtar o ciclo e acelerar a terminação do estoque “caro” da fazenda, nada melhor do que ter facilidade para comprar um dos insumos mais importantes da pecuária intensiva”.

 

Por equipe SNA/RJ

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