O mel é uma das potencialidades trabalhadas pelo Projeto de Desenvolvimento Econômico e Territorial (DET), desenvolvido pelo Sebrae/SC (Serviço de Apoio a Micro e Pequenas Empresas de Santa Catarina) com a parceria de entidades e órgãos públicos. O foco é melhorar a qualidade do produto e do manejo, orientar sistemas para criação de novos enxames, genética, sanidade e outras ações.
Os resultados são surpreendentes. Em Quilombo – um dos municípios que atua fortemente no desenvolvimento da apicultura –, por exemplo, o setor saltou de quatro mil quilos de produção por ano para mais de 30 mil quilos.
Vice-prefeito de Quilombo, Jackson Castelli confirma que o trabalho do Sebrae/SC, juntamente com a prefeitura, governo do Estado e Associação dos Apicultores e Meliponicultores de Quilombo (AAMQ) resultou em 32 mil quilos de mel por ano.
“Nós acreditamos que, com a inspeção federal obtida e com o trabalho que o Sebrae fez junto aos apicultores, iremos para 100 toneladas em poucos anos. É um incentivo ao incremento na economia das famílias e também no movimento econômico do município, além de termos um produto genuinamente quilombense para levarmos a todo o Brasil”, observa.
Consultor credenciado ao Sebrae/SC, Neuri Riboli lembra que o projeto iniciou, juntamente com a AAMQ, com 12 apicultores, em julho de 2011.
“Em 2016, encerramos com 35 associados ativos. Nós tínhamos aproximadamente 280 colmeias no início do projeto e chegamos a cerca de 1.400 unidades. A produtividade média, na época, era de dez a 15 quilos por caixa por ano, enquanto que hoje é de 25 quilos por caixa por ano”, comenta Riboli.
Hoje, a inspeção é uma realidade e a comercialização tornou-se altamente viável para apicultura. “Os produtores melhoraram muito na questão da qualidade da colmeia, manejo, genética e em tudo o que o produtor precisava para viabilizar a atividade nas propriedades. Houve um crescimento fantástico e o espírito de associativismo fortaleceu”, salienta o consultor do Sebrae/SC.
O produtor da área de apicultura e presidente da AAMQ, Julcemar Francisco Toazza, lembra que a Associação nasceu em agosto de 1992 e hoje é formada por uma equipe de apicultores que tem objetivos definidos e metas pré-estabelecidas.
“Primamos por um trabalho solidário por algumas razões. A mão de obra está escassa em todos os setores e mais ainda nesta atividade que era feita baseada na cultura de nossos ancestrais. Buscamos manejo adequado de acordo com a época e primamos pela melhoria da produtividade de acordo com técnicas atualizadas”, afirma.
MAIS CONQUISTA
Outra conquista, segundo Toazza, foi a Casa de Extração e Envase do Mel, que atende toda a região. “Os apicultores estão motivados a investir cada vez mais, tanto tecnicamente em conhecimentos, quanto em material de qualidade padronizado. O retorno financeiro já é visível. A produtividade é boa e temos excelentes expectativas para a safrinha de fevereiro e março”, conclui.
O DET visa promover o desenvolvimento econômico e a transformação da realidade local. São beneficiados empreendedores individuais, empresas de pequeno porte, microempresas, potenciais empreendedores, empresários e produtores rurais.
“Estamos atingindo nosso objetivo de dinamizar a economia regional com o aproveitamento das potencialidades locais nos vários segmentos em que o DET atua”, avalia a gestora local do programa Marieli Aline Musskopf.
Os resultados das ações de apicultura e demais projetos do DET foram apresentados, recentemente, no espaço do DET, na 19ª edição do Itaipu Rural Show, promovida pela Cooper Itaipu, em Pinhalzinho (SC).
Fonte: Da assessoria com edição da equipe SNA/RJ