A retomada das vendas de máquinas e implementos agrícolas e o início da maior safra já registrada no Brasil reforçam as expectativas de crescimento econômico nos primeiros meses de 2017. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) prevê crescimento de 26,2% na safra deste ano, atingindo 233.1 milhões de toneladas.
O balanço divulgado pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) no início de maio, revela que as vendas de máquinas agrícolas e rodoviárias em abril foram de 3.400 unidades, com queda de 7,7% em relação as 3.700 unidades de março e alta de 14,3% em relação as três mil unidades de abril do ano passado. O acumulado deste ano de 13.200 unidades indica um aumento de 33,1% na análise com as 9.900 unidades de 2016.
A produção do segmento em abril com 5.000 unidades foi inferior em 9,3% em relação as 5.500 unidades de março. No comparativo contra abril do ano passado, com quatro mil unidades, a elevação foi de 25,1%. No acumulado, o aumento chegou a 55,5%, com 18.100 unidades este ano e 11.600 unidades no ano passado.
Para o presidente da Anfavea, Antonio Megale, a queda em abril já era esperada pela indústria automobilística: “o mês teve menos dias úteis e ainda houve paralisação de diversas atividades no último dia do mês, o que impactou bastante o resultado. Por outro lado, registramos um aumento da média diária de vendas na ordem de 6% sobre março e 7% em relação a abril do ano passado, fato bastante positivo”, disse.
Na mesma linha, Pedro Estevão Bastos, presidente da Câmara Setorial de Máquinas e Implementos Agrícolas (CSMIA) da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq) comemora os resultados obtidos pelo setor na Agrishow 2017. “Nossa perspectiva de crescimento nas vendas era de 15% e o resultado mostrou uma alta de 13% em relação ao balanço da feira em 2016. Isso indica que está havendo recuperação das vendas. De janeiro a dezembro nossa expectativa de crescimento é de 15%”, afirmou.
Seu otimismo se justifica. Afinal, os negócios na Agrishow 2017 alcançaram R$ 2.204 bilhões, o que significa uma recuperação de 13% em relação à edição anterior. Por segmento, o crescimento na intenção de compra de máquinas e equipamentos foi o seguinte: armazenagem (11%), grãos (12%), pecuária (11%), irrigação (20%) e outros (19%). No entanto, contando os fechamentos dos bancos, bem como os negócios iniciados em Ribeirão Preto, mas finalizados nos próximos meses, a expectativa dos organizadores é de que o resultado será ainda maior.
O presidente da CSMIA, Pedro Estevão, comenta que o que dá segurança para essa expectativa de crescimento é o ritmo de desembolso do Moderfrota, que no primeiro quadrimestre do ano registrou alta de 17% em relação ao mesmo período de 2016. “Nos primeiros quatro meses do ano passado, o pessoal deixou de investir por falta de confiança no país devido à crise política. Além disso, não podemos esquecer que neste ano estamos colhendo uma supersafra e o país, aos poucos, está voltando ao normal. Com isso o produtor volta a investir”.
Outro fator positivo é a reposição normal de máquinas e implementos por parte do produtor. Estevão lembra que uma máquina com dez anos de uso está obsoleta e precisa ser substituída. “Não temos estatística sobre a idade da frota, embora a gente saiba que o produtor está sempre preocupado em substituir o equipamento obsoleto”, disse.
Durante a Agrishow foi realizada a 18ª Rodada Internacional de Negócios, que reuniu fabricantes brasileiros de máquinas, implementos agrícolas, pecuária e equipamentos de irrigação, com alguns compradores (importadores, distribuidores e representantes) procedentes da Argélia, Chile, Colômbia, Egito, Etiópia, EUA, Nicarágua, Nigéria e Peru.
No total foram 12 compradores estrangeiros, que durante três dias reuniram-se com 38 empresas brasileiras, em uma ação de promoção comercial que resultou em cerca de 300 reuniões e mais de US$ 17 milhões, entre negócios fechados e futuros para os próximos 12 meses.
Denominada Projeto Comprador, a Rodada Internacional de Negócios foi organizada pelo Programa Brazil Machinery Solutions, uma parceria entre a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) e a Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq).
Fonte: Globo Rural