
O setor Dados da Plataforma de Benchmarking do Centro de Tecnologia Canavieira (CTC) registram uma queda de 6,5% na produtividade média da cana-de-açúcar na região Centro-Sul nesta safra, em relação à anterior. Diante deste cenário, produtores do setor passaram a priorizar neste mês a produção de etanol e reduzir a de açúcar. A mudança apresentou uma reversão da predileção dos últimos quatro anos. A decisão deve impactar na oferta de açúcar aguardada para esta safra 25/26, crescendo a oferta de etanol para assegurar o abastecimento na entressafra.
Agentes de mercado apontam uma estimativa de que a produção de açúcar do Centro-Sul deve girar em torno de 800 mil toneladas a 2 milhões de ton a menos que as últimas previsões, chegando perto de 40 milhões de toneladas. Desta forma, espera-se que a produção de etanol seja entre 500 milhões de litros a 1,4 bilhão de litros maior que as últimas projeções.
Além da chinesa Cofco, que iniciou uma migração do mix de produção aumentando as apostas no etanol, em detrimento ao açúcar, outras empresas como a São Martinho e usinas associadas à Copersucar, a Raízen e a bp bioenergy seguiram o mesmo caminho.
Logo no início da safra, todas as previsões mostravam que as usinas produziriam o máximo de açúcar possível, considerando os investimentos feitos na produção e também por conta dos preços que estavam bem atrativos. Mas surgiu o fator surpresa no decorrer dos meses com a queda a produtividade da colheita de cana, frustrando o setor que viu os preços do açúcar cedendo na Bolsa de Nova York. O desfecho foi que, nas últimas semanas, aumentou o movimento de cancelamento de contratos de exportação de açúcar, o chamado washout.
Houve uma inversão nos valores do açúcar e do etanol. Enquanto a queda do açúcar não está sequer cobrindo o custo de produção de muitas usinas, os preços do etanol hidratado em São Paulo apresentaram uma elevação desde a segunda metade de julho, acumulando, até o momento, uma alta de 8%, de acordo com o indicador Cepea/Esalq.






