Os preços praticados no mercado para o transporte marítimo de cargas registram tendência de alta que pode superar os 20%, a depender da rota e do produto a ser transportado.
Segundo o Boletim Logístico divulgado nesta terça-feira pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), para os fertilizantes removidos da Europa para o Brasil, a alta foi em torno de 10%, passando de US$ 46,00 para US$ 50,00 por tonelada. Todavia, se a origem dos produtos é o Egito, o aumento passa de 20%, chegando a US$ 12,00 por tonelada.
“A alta nos preços do frete marítimo é explicada não só pelo aumento nos preços do barril de petróleo, que impacta no combustível, mas também pela menor quantidade de rotas disponíveis, principalmente na região do Mar Negro. Com isso há maior demanda por outros percursos, além de uma menor disponibilidade de navio”, disse o superintendente de Logística Operacional da Companhia, Thomé Guth.
Demanda
O boletim também destaca uma expectativa de maior pressão na demanda por frete no País, principalmente no segundo semestre, período em que o volume de embarques dos produtos para exportação é maior.
“Desta feita, há certa tendência de aumento do volume de exportação do milho brasileiro, o que impactará na movimentação de cargas para as principais rotas de exportação”, disse Guth.
“Se observarmos, temos indicação de alta nos valores do prêmio de porto para o cereal, tanto em Santos quanto em Barcarena, para o mês de julho. Isto mostra um cenário de forte interesse dos importadores pelo milho brasileiro, sobretudo diante das incertezas dos efeitos da guerra”.
Ainda segundo Guth, “como já se espera volume recorde de exportação de milho para a safra atual, segundo o último levantamento de safra da Conab, de 35 milhões de toneladas, um novo aumento pode ocasionar demanda ainda maior por frete, bem como maior movimentação nos portos nacionais, inclusive nos do Arco Norte, visto que boa parte do volume exportado tende a ter origem no Mato Grosso”.
Mercado interno
No cenário doméstico, o preço dos fretes rodoviários continua em movimento de alta. Dentre os motivos para a valorização estão a menor disponibilidade de veículos, diante do avanço da colheita da soja no País, bem como a elevação nos preços dos combustíveis, em razão do aumento do barril de petróleo no mercado externo.
“Em Mato Grosso, a colheita da soja atingiu seu pico em fevereiro. O que se verifica é que o expressivo fluxo de caminhões para o porto de Miritituba (PA) tem provocado o estrangulamento na descarga, gerando longas filas para desembarque e aumentando o tempo de espera. Essa maior estadia está sendo compensada com o aumento do frete”, disse Guth.
Valores elevados
Segundo o boletim da Conab, a dinâmica de preços para os terminais ferroviários nos municípios de Rondonópolis e Alto Araguaia também seguiu a linha de aumento.
“Devido à baixa oferta de frete-retorno, o que torna a rota pouco atrativa, a elevação no preço praticado para a remoção ocorre para que o transporte da soja seja mantido. Dessa maneira, a junção entre colheita e a dinâmica de escoamento para exportação deve manter os preços elevados durante boa parte de março”, indicou o superintendente da Companhia.
Fonte: Agrolink
Equipe SNA
