O mercado brasileiro de carne suína registrou nova evolução nos preços ao longo da semana. De acordo com o analista de Safras & Mercado, Allan Maia, a intensidade do movimento diminuiu um pouco frente às últimas semanas, pois o consumidor se mostra menos capitalizado com a proximidade do final do mês. “O custo de produção segue como um fator de preocupação e novos reajustes se fazem necessários para garantir rentabilidade aos produtores”, disse.
Levantamento de Safras & Mercado apontou que o preço do milho nesta quinta-feira (23) chegou a R$ 60,00 no Rio Grande do Sul, o que representa um aumento de 130% em relação aos R$ 26,00 praticados no mesmo período do ano passado. Em São Paulo o preço é cotado a R$ 44,00 por saca, 72,5% acima dos R$ 25,50 nesta mesma data no ano passado. “São valores muito inflacionados, o que acaba pesando no bolso do produtor”, disse.
Maia destaca que a média de preços do suíno vivo no Centro-Sul avançou 1,16% ao longo da semana, passando de R$ 3,58 para R$ 3,62. No atacado, a média de preços dos cortes de pernil com osso atingiu R$ 7,17, 0,8% acima dos R$ 7,11 registrados na semana passada. A média de preços do quilo da carcaça ficou em R$ 6,13, avançando 1,9% em relação ao valor médio praticado na última semana, de R$ 6,01.
Para Maia, embora haja notícias no mercado sobre uma retração na produção de carne suína nas últimas semanas, por conta dos elevados custos, os números acumulados ao longo do ano ainda apontam um incremento nos volumes disponibilizados no mercado interno. Segundo levantamento de Safras & Mercado, foram produzidas 1.606 milhão de toneladas de carne suína de janeiro a maio, o que representa um aumento de 6,16% em relação ao mesmo período do ano passado. “Somente em maio o incremento foi de 2,47% em relação ao mesmo mês de 2015, alcançando 309.929 toneladas”.
O analista informou que as exportações seguem muito positivas, levando em conta o câmbio atraente para as indústrias direcionarem parte da produção ao mercado internacional. Segundo a Secretaria de Comércio Exterior (Secex), os embarques de carne suína do Brasil renderam US$ 71.6 milhões em junho (13 dias úteis), com média diária de US$ 5.5 milhões. A quantidade total exportada pelo país no período chegou a 33.900 toneladas, com média diária de 2.670 toneladas. O preço médio da tonelada ficou em US$ 2.113,30.
Na comparação com a média diária de maio, houve ganho de 2% na receita, baixa de 0,9% no volume e alta de 2,9% no preço. Em relação a junho de 2015, ocorreu uma elevação de 4,8% na receita, ganho de 34,9% no volume e queda de 22,4% no preço.
A análise de preços de Safras & Mercado apontou que a arroba suína em São Paulo foi cotada a R$ 76,00, queda de R$ 1,00 em relação à semana passada, de R$ 77,00. Na integração do Rio Grande do Sul o quilo vivo seguiu em R$ 2,93, enquanto no interior a cotação continuou em R$ 3,55. Em Santa Catarina o preço do quilo permaneceu em R$ 3,07 na integração. No interior, a cotação se manteve em R$ 3,57. No Paraná o quilo vivo subiu de R$ 3,70 para R$ 3,80 no mercado livre, enquanto na integração o quilo vivo avançou de R$ 3,35 para R$ 3,40.
No Mato Grosso do Sul a cotação seguiu em R$ 3,02 na integração, enquanto em Campo Grande o preço recuou de R$ 3,50 para R$ 3,45. Em Goiânia, o preço teve elevação de R$ 4,35 para R$ 4,40. No interior de Minas Gerais o quilo seguiu em R$ 4,50. No mercado independente mineiro a cotação continuou em R$ 4,20. Em Mato Grosso, o preço do quilo vivo em Rondonópolis subiu de R$ 3,35 para R$ 3,38. Já na integração do estado a cotação permaneceu em R$ 3,00.
Fonte: Arno Baasch / Agência Safras
