PIB/CEPEA: agronegócio sobe 0,14% em outubro/15, melhor desempenho mensal do ano

O Produto Interno Bruto do agronegócio brasileiro teve alta de 0,14% em outubro, mas ainda acumula queda de 0,43% no ano, segundo estimativas do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP, feitas em parceria com a CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil). O desempenho mensal foi o melhor do ano, puxado pelos bons resultados das atividades agrícolas.

A agricultura apresentou recuperação de 0,42% no mês, porém ainda acumula recuo de 0,15% no ano. Em outubro, todos os segmentos do setor (insumos, primário, processamento industrial e serviços) tiveram resultado positivo. A maior variação foi de 0,81% para o conjunto de atividades “dentro da porteira”, favorecida especialmente pelo aumento de produção de milho, soja e cana-de-açúcar.

Das 17 lavouras acompanhadas, espera-se crescimento anual no faturamento de batata (36,62%), cacau (1,03%), cana (1,9%), cebola (62,76%), milho (3,83%) e soja (7,66%). Para batata, cacau e cebola, a expansão da renda ocorre via preços e, para cana, milho e soja, devido à maior produção no ano.

Já para a pecuária, os dados apontam queda de 0,45% em outubro, com recuo de 1,03% nos primeiros dez meses do ano. No mês, todos os segmentos deste setor recuaram, com destaque para insumos (-0,62%) e primário (-0,53%).

Entre as atividades pecuárias consideradas no cálculo do PIB, espera-se crescimento do faturamento anual da bovinocultura de corte (2,23%) e das aviculturas de corte (4,39%) e de postura (2,96%). Já para suínos e leite, esperam-se quedas, de 5,29% e 12,9%, nesta ordem.

Analisando-se, agora, os segmentos do agronegócio, em outubro, a agroindústria cresceu pela primeira vez no ano, 0,26%, apresentado o melhor resultado entre os avaliados. No ano, porém, mantém-se negativo em 1,12%, sendo -1% para a indústria agrícola e -1,89% para a pecuária.

Em outubro, o ramo industrial da agricultura teve alta de 0,33%, puxada pelas indústrias de papel e celulose, etanol (elementos químicos), açúcar e óleos vegetais. Já a indústria de processamento animal seguiu em queda, de 0,81%, refletindo o mal desempenho de laticínios e calçados – abate de animais teve resultado positivo no mês.

No balanço dos primeiros dez meses do ano, os segmentos de insumos (0,09%) e primário (0,19%) também tiveram resultado positivo, enquanto o de serviços permaneceu estável.

O câmbio segue como fator positivo aos preços internos, já que tem favorecido as exportações, reduzindo a disponibilidade interna e firmando os valores das principais commodities. Por outro lado, impactam os custos produção, uma vez que grande parte dos insumos – principalmente fertilizantes e defensivos – tem componentes importados.

 

Fonte: Cepea/Esalq

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