Pesquisa indica que 57% dos produtores brasileiros não conhecem os biodefensivos

O mercado de biodefensivos, relativamente novo para muitos produtores brasileiros, está em forte crescimento. Com este olhar, a Kimberlit inaugurou este ano a Bionat, uma indústria para a produção de defensivos biológicos.

Segundo Luciano de Gissi, diretor na empresa, 57% dos produtores brasileiros não conhecem o mercado de defensivos biológicos, conforme levantamento realizado pela ABC-Bio.

Esse desconhecimento se dá sobretudo pelo fato de que é um mercado recente, embora esteja em franco desenvolvimento. Em 2010 haviam 19 tipos de biodefensivos no mercado; em 2011, foram registrados 56 tipos, e em 2015 haviam 107. Já neste ano há mais de 200 defensivos biológicos no mercado.

A Bionat, que está funcionando em fase de testes, irá desenvolver soluções eficientes por meio de parcerias com as principais instituições de pesquisa do País, em um parque fabril aparelhado com equipamentos de tecnologia de ponta.

A previsão é que, a partir de agosto, com a liberação de registro pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), a empresa inicie a produção em escala de defensivos, que têm como foco combater pragas.

Nova empresa

A fábrica foi pensada a partir da visão de futuro do agronegócio mundial e das necessidades manifestadas pelos agropecuaristas de todas as regiões por produtos que potencializem os resultados no campo, e tenham caráter sustentável.

Foram cinco anos até que a nova empresa fosse concluída. Em 2014, a companhia encaminhou o projeto à Finep, agência pública que financia pesquisas inovadoras, o qual recebeu a maior pontuação pelo grau de inovação apresentado na época.

Em 2016 o projeto foi minuciosamente estudado, pesquisado, trabalhado e detalhado com o auxílio de consultoria especializada e de pesquisadores do Instituto Biológico, da UFSCAR (Universidade Federal de São Carlos) e da Esalq (Escola Superior de Agricultura da Universidade de São Paulo).

Com projeto arquitetônico e industrial aprovado em 2017, a primeira fase da unidade fabril da Bionat, localizada em Olímpia, está distribuída em 400 metros quadrados de edificações com capacidade de produção de bioprodutos para tratamento de até 350.000 hectares por ano e contará com oito funcionários.

A fábrica está aparelhada com equipamentos para a produção de fungos e bactérias, entre eles um biorreator de última geração que pode ser controlado pelo celular. A unidade possui ainda um sistema de incubação e extração com alto grau de automação, oferecendo um ambiente totalmente asséptico.

O objetivo é reduzir a possibilidade de contaminação, com parede revestida de tinta hospitalar anti- bactéria, piso emborrachado e lavável e mobiliário de produção em inox 316 para garantir um espaço saudável de produção.

Linha de produtos 

A Bionat vai oferecer ao mercado dois defensivos que têm como foco o combate às pragas cigarrinha e mosca-branca.

O primeiro é o Metarhizium anisopliae, fungo que, por comprovação, é um eficaz controlador biológico de várias espécies de cigarrinhas que ocorrem na agricultura. É produzido em arroz, sob condição de excelente de assepsia e rigoroso controle de qualidade, a fim de garantir a ausência de contaminantes, a eficiência na germinação e a virulência dos conídios.

Já o Beauveria bassiana é um inseticida microbiológico indicado para o controle de pragas nas mais diversas culturas, tais como a mosca branca, ácaro rajado, etc. Este fungo contribui para o manejo da resistência de pragas a inseticidas, além de promover uma agricultura mais sustentável, pois reduz o número de aplicação de defensivos químicos.

 

Agrolink

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