Em uma sexta-feira (4) histórica para o Brasil, os preços do milho nos portos e no mercado interno se mantiveram estáveis. No Porto de Paranaguá, a saca do milho para entrega em setembro/16 permaneceu a R$ 34,00, enquanto que no terminal de Rio Grande, não houve referência para as cotações. O cenário é decorrente da forte instabilidade registrada no dólar ao longo do dia, após a divulgação da nova fase da operação Lava Jato que inclui o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, alvo de mandado de condução coercitiva.
Já na semana, as cotações registraram pouca movimentação. Segundo levantamento realizado pelo economista do Notícias Agrícolas, André Bitencourt Lopes, a cotação caiu apenas no Porto de Paranaguá, 4,23%. Em Cascavel (PR), a saca subiu 3,08%, cotada a R$ 33,50. Nas praças paranaenses, Londrina e Ubiratã, a saca subiu 2,13%, cotada a R$ 33,50. Em São Gabriel do Oeste (MS), a saca 8,33%, cotada a R$ 39,00. Em Jataí (GO), a lata foi de 1,59%, com a saca cotada a R$ 32,00. Nas demais praças pesquisadas a semana foi de estabilidade.
Os analistas ainda ponderam que as cotações continuam sendo sustentadas pela oferta restrita. O cenário é decorrente da colheita da safra de verão, que ainda permanece lenta em algumas regiões em função das chuvas constantes. Nos principais estados produtores do cereal na 1ª safra, Rio Grande do Sul e Paraná, a colheita já está completa em 50% da área semeada e 42%, respectivamente. A demanda continua firme, tanto a interna quando a externa.
No entanto, a perspectiva é que a partir de agora, os embarques da soja sejam mais fortes. Inclusive, os line-ups já mostram uma redução de navios para o carregamento do cereal no Porto de Santos e volumes menores no terminal de Paranaguá, segundo explicou o pesquisador do CEPEA (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), Lucílio Alves, em recente entrevista ao Notícias Agrícolas.
BM&F Bovespa
Influenciados pelo dólar, os contratos futuros do milho negociados na BM&F Bovespa fecharam o pregão desta sexta-feira (4) em baixa. Os principais vencimentos encerraram o dia registrando quedas entre 0,68% e 2,36%. O vencimento março/16 fechou cotado a R$ 45,09/saca, enquanto o setembro/16 referência para a safrinha brasileira fechou a R$ 35,64/saca.
Bolsa de Chicago
Enquanto isso, na CBOT os contratos futuros do milho encerraram o pregão desta sexta-feira (4) em leve alta. Os principais vencimentos registraram ganhos entre 0,75 e 2,50 centavos. O vencimento maio/16 fechou cotado a US$ 3,58¼ o bushel. Na semana, os contratos da commodity acumularam leves perdas entre 0,14% e 0,35%.
Apesar da alta pelo segundo dia consecutivo, os contratos futuros do cereal continuam operando de maneira técnica, respeitando o intervalo de US$ 3,50 a US$ 3,80. Os analistas ainda reforçam que o mercado permanece atrelado às influências do mercado financeiro, especialmente a economia da China.
Fonte: Notícias Agrícolas