Milho em MT vale hoje 57% menos que há um ano

Mato Grosso praticamente encerrou a colheita do milho da segunda safra. Na semana passada, segundo levantamento do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), 99,80% da área cultivada em mais de 4.73 milhões de hectares, estavam colhidos. O ritmo aplicado no campo difere do ritmo do mercado e fica ainda mais longe do ritmo dos preços.

Na última semana, a saca fechou em queda de 1,60% em relação ao preço médio da semana anterior. O fim da safra, em relação aos preços, vai sendo marcado por cotações cada vez mais distantes das registras no mesmo período do ano passado e mais do que nunca ameaçada pelo comportamento do milho norte-americano, em plena safra, e do comportamento do dólar.

Em uma comparação com o mesmo período do ano passado, o Imea mostra que no final do mês de agosto, a saca de 60 quilos do cereal fechava com média de R$ 28,48, cerca de 57% a mais que a atual média mato-grossense de R$ 12,28.

A supersafra consolidada em mais de 29.5 milhões de toneladas, 54% a mais do que no ciclo anterior, vem pressionando e mantendo o preço da saca desvalorizado, e mais uma vez a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) confirmou a realização de novos leilões para ajudar na garantia de preços mínimos ao produtor.

Os analistas do IMEA lembram que em julho, a cotação do milho sofreu com a baixa do dólar, o que dificultou a realização de negócios, mesmo em plena safra. No mês passado, o dólar encerrou cotado a R$ 3,15 contra R$ 3,28 registrados em julho de 2016.

Os analistas do Imea chamam à atenção para outro importante indicador, o diferencial de base do milho de Mato Grosso que apresenta uma relação negativa em relação as cotações de Chicago e, neste momento, o mercado não é diferente.

No ano de 2016, o fortalecimento da base observado no pico de preços de milho no mercado doméstico, causado pela quebra de safra, fez a relação saltar a patamares de até R$ 5,59/saca em agosto do ano passado.

No entanto, o cenário de baixa oferta da última safra, com produção de apenas 19.1 milhões de toneladas, está dando espaço à oferta de 29.5 milhões de toneladas. Apesar da demanda mais elevada, a supersafra pesa mais na balança, ocasionando o enfraquecimento da base.

Cabe salientar que, quando comparado ao mesmo período de 2015, ano em que também ocorreram leilões da Conab, a base estava mais enfraquecida. Todavia, neste momento, o cenário é um pouco mais preocupante, visto que, além das baixas cotações em Mato Grosso, os preços internacionais também estão em baixa, deixando mais um alerta aos produtores.

Leilões

Duas operações realizadas na próxima quarta-feira (6/9) pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) devem auxiliar produtores de milho dos estados de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás e do Distrito Federal a escoarem um total de 540 mil toneladas do grão.

O primeiro leilão será de Prêmio para Escoamento de Produto (Pep) para 177 mil toneladas de milho das safras 2016/17 e 2017 dos estados contemplados. Já o Prêmio Equalizador Pago ao Produtor Rural (Pepro) será pela venda e escoamento de 363 mil toneladas, também das mesmas localidades.

O Pep é um prêmio concedido ao arrematante que adquire e transporta o produto especificado nos editais, onde são definidos a origem e o destino da mercadoria, conforme o preço fixado pelo governo. O grão deve ser comprado diretamente do produtor rural ou cooperativa.

Já o Pepro é um prêmio concedido ao produtor que se disponha a vender o produto pela diferença entre o valor de referência estabelecido e o valor do Prêmio Equalizador arrematado. É lançado quando o preço de mercado está abaixo do preço mínimo.

 

Fonte: Cenário MT

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