Mercado de rações para animais deve crescer 3,4% em 2017, prevê Sindirações

A avicultura puxou a produção anual com 39 milhões de toneladas de rações. Foto: divulgação

Os efeitos da desinflação dos alimentos, o ganho real da renda, a queda na taxa de juros, os resgates das contas inativas do FGTS, a redução no índice de desemprego e o aumento da confiança do consumidor se intensificaram no segundo semestre e refletiram no incremento da produção de alimentos para animais.

Em razão desse cenário, as indústrias brasileiras de rações e sal mineral devem fechar o ano com 72,4 milhões de toneladas, frente a 70 milhões de toneladas no ciclo anterior, um aumento de 3,4%, segundo estimativa do Sindicato Nacional da Indústria de Alimentação Animal (Sindirações).  No ano passado, as vendas desse setor movimentaram R$ 65 bilhões.

“A produção de 2017 pode variar mais ou menos, dependendo do interesse do cliente internacional pela proteína animal brasileira e, principalmente, do cenário político-econômico que invariavelmente influencia a demanda doméstica”, afirma Ariovaldo Zani, vice-presidente/CEO da entidade que reúne 150 associados que representam cerca de 90% do mercado de produtos destinados à alimentação animal.

Dentre os setores, a maior produção foi de rações para aves de corte e de postura, que deve fechar o ano com 39 milhões de toneladas, ante 37,8 milhões de toneladas, um aumento de 3,1 % comparado ao ciclo anterior (Veja tabela).

Conforme Zani, a queda do preço do milho e do farelo de soja não foi suficiente para motivar o confinamento de bois, a alimentação preparada do rebanho leiteiro e o alojamento de pintainhos e leitões. “Ao contrário, os produtores de ovos aproveitaram o alívio dos custos desses principais insumos, principalmente durante o primeiro semestre, para investir na atividade”, ressalta. “No entanto, todos os segmentos da pecuária apresentaram crescimento.”

EXPECTATIVA E TENDÊNCIAS

Ariovaldo Zani, vice-presidente/CEO do Sindirações afirma que “a produção de 2017 pode variar mais ou menos, dependendo do interesse do cliente internacional pela proteína animal brasileira e do cenário político-econômico que influencia a demanda doméstica. Foto: divulgação/Sindirações

Depois de um ano de crescimento abaixo do esperado, em razão dos problemas, como a Carne Fraca e a delação de executivos da JBS, a expectativa do Sindirações, para 2018, é de crescimento de 3% a 4% na produção de rações. 

De acordo com Zani, a velocidade das mudanças em relação às necessidades dos consumidores domésticos e clientes internacionais, cada vez mais informados e rigorosos, tem rompido com a dinâmica tradicional.

Diante disso, ele afirma que a nova ótica no funcionamento da cadeia de suprimentos tem sinalizado ao setor público e privado brasileiro que, para satisfazer os consumidores, é necessário também garantir a transparência dos processos, na disciplina na governança e na integridade na conduta.

“Bioseguridade e imagem do produto brasileiro frente à percepção do consumidor doméstico e fortalecimento da competitividade no ambiente internacional também estão na pauta das discussões do Brasil e do mundo, e são outras tendências serem observadas”, arremata Zani.

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