Médico Veterinário: profissional que transforma o setor agropecuário

No campo, o trabalho do médico veterinário “é importante na produção de alimentos, na aplicação de técnicas de seleção genética na pecuária, prevenção de doenças, manejo e nutrição animal, entre outras atividades”, comenta Luiz Octavio Pires Leal, membro da Academia Brasileira de Medicina Veterinária e editor da revista Animal Business, da SNA. Foto: Arquivo SNA

Nesta quarta-feira (9), é comemorado o Dia do Médico Veterinário, profissional que tem colaborado fortemente para o sucesso da agropecuária brasileira, papel que vai além de sua atuação em clínicas e pet shops que cuidam de animais domésticos nas cidades. “No campo, seu trabalho é importante na produção de alimentos, na aplicação de técnicas de seleção genética na pecuária, prevenção de doenças, manejo e nutrição animal, entre outras atividades”, destaca Luiz Octavio Pires Leal, membro da Academia Brasileira de Medicina Veterinária e editor da revista Animal Business, publicada pela Sociedade Nacional de Agricultura (SNA).

Mesmo com o cenário favorável do agro nacional e a atual escassez de mão-de-obra na zona rural, segundo Pires Leal, a maior procura por cursos de graduação em Medicina Veterinária ainda é impulsionada pelo “boom da criação de animais de estimação”. Somente este setor fatura, em média, R$ 16 bilhões por ano no Brasil, informa.

Ele explica que “o médico veterinário é um profissional de saúde pública que tem, entre outras funções, a de proteger a saúde da população por meio da inspeção dos produtos de origem animal e também defendê-lo das chamadas zoonoses, que são as doenças dos animais transmissíveis ao homem”.

CELEBRAÇÃO

Para lembrar a data, Josaphat Paranhos de Azevedo Filho, presidente da Sociedade Brasileira de Medicina Veterinária, com sede em Brasília (DF), destaca o trabalho deste profissional no campo, após 82 anos da implantação do primeiro curso de graduação em território nacional.

“Considerando o cenário favorável do agronegócio brasileiro, o médico veterinário tem visto no campo um forte incentivo para o seu trabalho. Se hoje nosso País, por exemplo, exporta muita carne bovina, com faturamento de US$ 8 bilhões ao ano, é graças à confiança da sanidade dos nossos animais. E ele tem papel de destaque nesta conquista”, comenta Azevedo, informando que hoje, no Brasil, existem cerca de 100 mil profissionais atuantes na área.

“Considerando o cenário favorável do agronegócio brasileiro, o médico veterinário tem visto no campo um forte incentivo para o seu trabalho”, destaca o presidente da Sociedade Brasileira de Medicina Veterinária, Josaphat Paranhos de Azevedo Filho. Foto: Divulgação

 

TECNOLOGIAS

Em mais de oito décadas da criação do primeiro curso de Medicina Veterinária no Brasil, o setor agropecuário nacional e internacional avançou bastante em inovações de pesquisas e tecnologias e tudo com a participação efetiva destes profissionais.

“Citando apenas uma área do setor agropecuário, o Brasil do final da década de 1950 e início de 1960 não tinha importância alguma, nacional e internacionalmente, na produção avícola, que abrange basicamente a produção de ovos e a criação de aves”, lembra o editor da Animal Business. “Naquela época, um frango demorava 90 dias para produzir de 1,4 a 1,5 quilo de carne. Hoje, com o desenvolvimento tecnológico, o abate ocorre entre 40 e 42 dias de vida, com peso superior a dois quilos de carne.”

Ao longo deste processo, Pires Leal destaca que o Brasil tornou-se o mais importante produtor de frango de corte e um dos mais importantes no setor de ovos do mundo. E o médico veterinário também é responsável por esta evolução.

“Antes, para produzir um frango gastavam-se 3,5 quilos de ração por quilo produzido de ave viva. Agora, gasta-se cerca de 1,2 quilo a 1,4 quilo de ração. Em uma granja industrial com mais de 50 mil frangos, isto faz diferença. Com a popularização dos ovos e da carne de frango, os preços ficaram mais acessíveis ao consumidor final. E em todo este cenário sempre houve a participação do médico veterinário.”

EDUCAÇÃO

Sobre a área educacional, ele conta que existem mais de 200 faculdades de Medicina Veterinária espalhadas por todo o País.

“São Paulo, sozinho, tem mais faculdades nesta área que os Estados Unidos e o Canadá somados. Poderia até ser positivo, se não tivesse ocorrido uma comercialização do curso, que coloca no mercado, muitas vezes, pessoas ainda despreparadas para atuar no setor”, critica.

Coordenadora do curso de Medicina Veterinária da Universidade Castelo Branco (UCB), que funciona no Campus Educacional e Ambiental da SNA, no bairro da Penha, Rio de Janeiro, Suzane Rizzo concorda que o interesse pela graduação continua mais voltado, profissionalmente falando, para o segmento de pets.

“Dependendo da região, o curso ainda investe pouco nos conhecimentos voltados para o setor agropecuário, mas a tendência é que este quadro mude ao longo do tempo, principalmente porque o segmento também é atrativo e tem oferecido boas oportunidades de emprego”, salienta a também professora, que está em sala de aula há 24 anos.

Coordenadora do curso de Medicina Veterinária da Universidade Castelo Branco (UCB), que funciona no Campus Educacional e Ambiental da SNA, no Rio, Suzane Rizzo comenta que o interesse pela graduação continua mais voltado, profissionalmente faltando, para atendimentos a animais pets. Foto: Arquivo pessoal

Na UCB, ela destaca que há convênios com propriedades rurais, até mesmo fora do Rio, para que os alunos possam aprender as técnicas do campo. “Formamos profissionais de qualidade, que podem atuar em todas as áreas da medicina veterinária”, assegura Suzane, informando que a unidade de ensino, que hoje conta com mais de 600 universitários, forma em média 30 novos profissionais da área por ano.

Para a coordenadora, hoje é importante que a profissão esteja inserida em diversos contextos da sociedade. “Desde 2011, ganhamos da ONU (Organização das Nações Unidas) o título de médicos da humanidade e isto é motivo de orgulho para todos nós.”

INCENTIVO DA SNA

Localizada em uma área de proteção ambiental da SNA, a Universidade Castelo Branco abriga salas de aula, laboratórios, clínica veterinária de pequenos animais, além de diversas unidades de criação zootécnica, dentre as quais destacam-se a suinocultura, bovinocultura, avicultura, cunicultura e ranicultura.

Tais criações também servem de base para diversos cursos de extensão (livres) oferecidos regularmente à comunidade pela Escola Wencesláo Bello, da SNA, que funciona no mesmo campus. Ainda são ofertados cursos técnicos e de agronegócio, com orientação em marketing e comercialização das produções.

Ainda para levar conhecimento sobre o setor agropecuário, a SNA distribui a revista Animal Business com matérias assinadas por especialistas sobre assuntos relacionados a produção, industrialização, comercialização interna e externa de animais e de produtos de origem animal (POA), com ênfase no aspecto de negócios. Com periodicidade bimestral e tiragem de 17 mil exemplares, a revista é distribuída aos associados da SNA e em escritórios de promoção comercial do Brasil.

Por equipe SNA/RJ

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