Mato Grosso lidera venda do milho no país

Mato Grosso fechou o mês de maio com o maior volume de comercialização antecipada registrado pela consultoria AgRural, entre todos os estados que cultivam o milho. Depois de um avanço nas vendas em março e abril, maio fechou agregando a boa performance dos primeiros meses do ano, e o Estado está com 66% de sua estimativa de produção já negociada.

“Com boas vendas no primeiro trimestre, Mato Grosso segue na frente, com 66% do volume estimado, negociado. Em Campo Verde, compradores oferecem R$ 15,50 para ago/set, mas produtores pedem R$ 17,00. Em Sorriso, aonde a saca para agosto chegou a valer R$ 15,00 no início de abril, a referência agora é R$ 12,50”, destacam os analistas da AgRural. Conforme previsão da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), o milho safrinha deve ofertar 17.78 milhões de toneladas, 1,5% menos que o volume de 2014, 18.04 milhões de toneladas. Mais de 90% de sua produção é ofertada em segunda safra, em Mato Grosso.

Como explicam os analistas da Consultoria, maio foi um mês de poucos negócios para o milho brasileiro de modo geral e chegou ao fim com 48% da safrinha 2015 comercializada no Centro-Sul. O avanço de quatro pontos percentuais foi inferior aos dez e os sete pontos registrados em março e abril. Mesmo assim, o índice segue bem à frente dos 27% do ano passado. As quedas em Chicago e a expectativa de oferta maior, devido ao bom desenvolvimento das lavouras, pesaram sobre os preços, deixando o mercado lento. A AgRural estima a produção brasileira de milho safrinha 2015 em recordes 49 milhões de toneladas. O número será revisado na primeira quinzena de junho.

O bom momento vivido pelo cereal nos meses de março e abril foi sustentado pela incerteza da oferta em 2015, devido aos problemas enfrentados pelos produtores, que em Mato Grosso, por exemplo, plantaram as lavouras na pressa e ainda assim, quase 40% da área semeadas fora da janela ideal, bem como pela alta do dólar.

Com a indecisão do que seria essa safrinha, o comprador quis garantir a originação do produto e foi às compras, nesse mesmo intervalo, além da majoração da cotação pela procura e expectativa de baixa oferta, houve um ganho na taxa de câmbio e o produtor aproveitou a oportunidade para garantir renda. “O produtor sabe da depreciação que há na pré e na pós-colheita e aproveita as oportunidades”. Entre março e abril, após o melhor momento do ano em preço ao milho, houve um recuo de 10% com a cotação passando de R$ 15,80 para R$ 14,20, no Estado.

Em fevereiro, 42% da estimativa de safra estavam comercializada, saltando para 55% em março, melhor momento até agora dos negócios do milho safrinha, em Mato Grosso. Houve picos de até R$ 16,00 em Sorriso (460 quilômetros ao norte de Cuiabá), por exemplo.

Em Mato Grosso, a colheita, mesmo que de forma tímida, começou na virada do mês com uma semana de antecedência em relação ao ano passado. Conforme acompanhamento divulgado ontem pelo Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (IMEA), a primeira semana de junho termina com 1,39% da área, estimada pelo Instituto em 2.96 milhões de hectares, colhida.

No País

Depois de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul aparece em seguida com 50%, o segundo melhor índice de vendas do país até maio. Em Dourados, a saca com entrega jul/ago vale R$ 17,50, queda de 11% em relação à média de abril. Em Maracaju, lotes saíram por R$ 17,30 livre ao produtor com o dólar acima de R$ 3,15.

Em Goiás, 44% da produção estão negociadas. Em Rio Verde, lotes do cereal para exportação com entrega em outubro, que chegaram a sair por R$ 20,00 no começo de maio e na virada do mês, R$ 18,00.

No Paraná, o índice chegou a 24%. No oeste, o início da colheita pressionou os preços. Em Cascavel, a ponta da demanda, que chegou a pagar R$ 25,00 em abril, agora oferece R$ 21,50 para jun/jul, mas sem negócios. Em Cornélio Procópio, no norte, o cereal que rodou a R$ 24,00 no começo do ano e no final de maior caiu para R$ 20,00.

Safra verão

A comercialização da safra de verão 2014/15, por sua vez, terminou o mês de maio em 55% da produção estimada para o Centro-Sul, contra 44% no final de abril e 69% um ano atrás. O Rio Grande do Sul lidera, com 76%, seguido pelo Paraná, com 58%, e por Goiás e São Paulo, com 55% cada. Minas Gerais, maior produtor de milho verão do País, tem 50% de sua produção vendida.

 

 

Fonte: Agro Notícias

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