O mês de agosto começou com preços em queda para todo o complexo de soja: caíram os preços do grão, do farelo e do óleo. A queda do grão acompanhou a queda do dólar e de Chicago, não compensadas pelos aumentos dos prêmios nos portos brasileiros. A avaliação é do analista da T&F Consultoria Agroeconômica, Luiz Fernando Pacheco.
“A queda do farelo acompanhou a queda na demanda a partir do setor de carnes, contra a tendência sazonal, que seria de maior demanda no inverno, mas os preços estavam excessivos para os custos das carnes, mesmo sem os problemas das exportações”, disse Pacheco. “A queda do óleo acompanhou um pouco a redução por óleo refinado no mercado interno, pelo nível de desemprego ou de receio com a economia, e o resto do complexo”.
No entanto, de acordo com o analista, apesar de um pouco menor do que julho, a lucratividade atual da soja ainda é alta, mesmo que os custos totais tenham subido levemente para R$ 57,62/saca (ou R$ 3.169,20/hectare), para uma produtividade de 55 sacas por hectare, segundo o Departamento de Economia Rural do Paraná (Deral-PR).
Depois de todas as despesas pagas, ainda sobrariam aos preços desta sexta-feira – quase 60% para os agricultores de São Paulo, cerca de 51% para os sojicultores do Paraná, 44% para os de Santa Catarina e 35% para os do Rio Grande do Sul. Do Centro-Oeste para cima, os lucros continuam ao redor de 30%.
Quem vendeu no início de julho ou, melhor ainda, em maio, tem lucratividade maior do que quem esperou até agora com o produto armazenado e ainda não vendeu. Mas o lucro ainda é grande e ainda é hora de vender.
“Pergunte sinceramente: quais as chances de os preços chegarem a R$ 84,00 no interior em setembro, R$ 86,00 em outubro, R$ 88,00 em novembro e R$ 90,00 em dezembro? Ninguém garante que não chega, mas também ninguém garante que chega. Mas quem vendeu há 60 dias já garantiu estes preços, se aplicou o dinheiro num juro médio-baixo do banco, ou se aplicou em sua empresa pode ganhar mais ainda”, disse Pacheco.
Fonte: Agrolink