A consultoria INTL FCStone revisou os seus números para a safra 2017/18 brasileira de grãos, nesta sexta-feira (1/6), estimando um novo aumento para a produção de soja, agora de 117.14 milhões toneladas, com avanço de menos de 200.000 toneladas em relação ao número divulgado anteriormente.
“Esse leve aumento do número de produção decorreu de um novo incremento da produtividade média na Bahia, estado que teve um resultado excepcional”, disse a analista da INTL FCStone, Ana Luiza Lodi.
O rendimento médio no país alcançou 3,35 toneladas por hectare, segundo cálculos do grupo – nível próximo ao recorde alcançado no ciclo anterior, de 3,36 toneladas por hectare. “Esse desempenho fantástico, ressaltando que outros estados também registraram recordes de produtividade, aliado a um crescimento de área de mais de 3%, resultou em uma safra de soja recorde”, afirmou Lodi.
Com relação ao milho, a INTL FCStone reduziu a sua estimativa de produção para 78.4 milhões de toneladas, em decorrência, principalmente, aos cortes na safrinha. O número da safra de verão sofreu leve recuo, ficando em pouco mais de 23 milhões de toneladas, devido a uma revisão da área, com um novo corte de 40.000 hectares. Essa revisão ocorreu no número do Paraná, com a soja ganhando mais espaço neste ciclo.
“Essa produção cada vez menor na primeira safra tem contribuído para dar sustentação aos preços do cereal no começo do ano, período em que está ocorrendo a colheita. Este cenário pode contribuir para o milho verão voltar a ganhar área neste período, principalmente no Sul do país, onde se concentra a maior parte do consumo”, disse a analista da empresa de consultoria.
Já a produção da segunda safra 2017/18 foi estimada pela INTL FCStone em 55.3 milhões de toneladas, com queda de 8,6% em relação ao número divulgado em maio, de 60.5 milhões de toneladas e diminuição de 17,8% em relação à safrinha 2016/17.
Essa queda de mais de cinco milhões de toneladas foi motivada por cortes de produtividade, com o rendimento médio esperado para o Brasil ficando em 4,71 toneladas por hectare. O clima mais seco já desde abril, com os níveis de precipitação se mantendo abaixo do esperado também em maio, condicionou a revisão para baixo.
Oferta e demanda
Em relação ao balanço de oferta e demanda da soja, a INTL FCStone projeta um consumo aquecido do grão, tanto para exportações quanto para o mercado interno, o que deve resultar em estoques limitados de um milhão de toneladas no final de 2018.
No caso do milho, os indicadores continuam apontando estoques acima de 11 milhões de toneladas. “O setor de carnes do Brasil vem enfrentando algumas dificuldades, como margens apertadas, embargo a exportações e, mais recentemente, a greve dos caminhoneiros”, disse Lodi em relatório.
“Essa paralisação afetou de forma grave a alimentação dos animais, o que resultou em morte e/ou necessidade de serem sacrificados, principalmente no caso das aves. Com isso, o consumo de milho para ração acabou recuando, pela dificuldade ou impossibilidade de se conseguir o cereal. Estima-se que possa levar dois meses para a situação se normalizar”.
Fonte: INTL FCStone