Índice de Preços dos Alimentos fica estável com alta do açúcar e queda dos cereais

O índice de preços dos Cereais registrou uma média de 115,2 pontos em junho, queda de 3,5 pontos (3%) em relação a maio e de 11,4 pontos (9%) em relação a junho de 2023 – Imagem de freepik

O Índice de Preços de Alimentos da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) ficou estável em junho, em comparação com o nível revisado do mês anterior. A média ficou aos 120,6 pontos no sexto mês do ano.

De um lado, os preços de óleo vegetal, açúcar e lácteos avançaram, enquanto os índices de cereais e carnes registraram recuos, segundo a FAO. Apesar da consolidação depois de três meses de alta, o índice permaneceu 2,10% abaixo do valor correspondente de 2023 e foi 24,80% menor que o pico de 160,3 pontos registrado em março de 2022.

O índice de preços dos Cereais registrou uma média de 115,2 pontos em junho, queda de 3,5 pontos (3%) em relação a maio e de 11,4 pontos (9%) em relação a junho de 2023. O trigo registrou baixa com as colheitas em andamento no Hemisfério Norte, a perspectiva de melhora na produção de exportadores como Cazaquistão e Ucrânia e a implementação de uma proibição de importação pela Turquia.

Os preços do milho caíram com o progresso nas colheitas na Argentina e no Brasil, assim como a expectativa de maior produção. Além disso, a área plantada de milho maior que o esperado nos EUA contribuiu para a queda. Os preços de cevada e sorgo também caíram e o Índice de Preços do Arroz da FAO registrou leve baixa.

O levantamento mostrou que o índice de preços dos Óleos Vegetais teve média de 131,8 pontos em junho, alta de 4 pontos (3,10%) em relação a maio, e registrando o nível mais alto desde março de 2023. Após cair por dois meses, o preço do óleo de palma se recuperou em junho, com a demanda global reativada devido ao aumento da competitividade.

Os preços dos óleos de soja e de girassol subiram com a demanda firme do setor de biocombustíveis nas Américas e pela redução da oferta na região do Mar Negro, respectivamente. Os preços do óleo de colza permaneceram praticamente estáveis, mas significativamente acima do ano anterior, com a perspectiva de oferta restrita em 2024/25, segundo a FAO.

O índice de preços da Carne da FAO registrou uma média de 116,9 pontos em junho, praticamente estável em relação a maio, ficando 2,1 pontos (1,80%) abaixo do valor de 2023. A queda nos preços da carne de aves ocorreu devido à oferta abundante. Em contraste, os preços da carne ovina subiram com a alta demanda, e apesar da ampla oferta, segundo a FAO. Já a carne suína registrou ligeira alta com um ritmo constante de importações, além de vendas internas sazonalmente ativas, especialmente na América do Norte. Os preços da carne bovina permaneceram estáveis, com condições globais de oferta e demanda bem equilibradas.

O relatório mostrou ainda que o índice de preços dos Lácteos registrou uma média de 127,8 pontos em junho, alta de 1,5 ponto (1,20%) em relação a maio e 7,9 pontos (6,60%) maior que o valor de um ano atrás. Segundo a FAO, as cotações da manteiga registraram a maior alta em 24 meses, com o aumento da demanda global por entregas de curto prazo, além de baixos estoques na Oceania. Os preços do leite em pó desnatado aumentaram, com importações estáveis do Leste Asiático e vendas internas mais altas na Europa Ocidental. O leite em pó integral subiu ligeiramente no mês, enquanto os preços do queijo diminuíram com a desaceleração na demanda global.

Segundo a FAO, o índice de preços do Açúcar registrou uma média de 119,4 pontos no mês passado, alta de 2,3 pontos (1,90%) em relação a maio, após três quedas consecutivas, mas ainda 32,8 pontos (21,60%) abaixo de junho de 2023. O aumento foi atribuído à colheita abaixo da esperada no Brasil em maio, que gera preocupações sobre o impacto potencial de condições climáticas secas prolongadas nos próximos meses, segundo a FAO.

As chuvas erráticas de monções na Índia, juntamente com uma revisão para baixo nas previsões de rendimento das safras na União Europeia, também contribuíram para o impulso. Contudo, a alta foi parcialmente compensada pela queda do real em relação ao dólar.

Fonte: FAO
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