Trigo pode ser boa alternativa ao produtor na segunda safra
Com o avanço da colheita dos grãos de verão no Paraná, triticultores do estado já planejam a divisão das áreas de semeio na segunda safra. Como o clima está favorável ao desenvolvimento tanto do trigo quanto do milho, os preços e custos de produção é que irão balizar a tomada de decisão dos agricultores por um ou outro.
Segundo dados da equipe de custos agrícolas do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), em Cascavel (PR), o custo operacional de produção do milho segunda safra foi calculado em R$ 2.822,54/hectare, contra R$ 1.901,03/ha para o trigo.
A produtividade média das últimas três safras foi de 93 sacas/ha para o milho e de 49 sacas/ha para o trigo, segundo dados do Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria de Agricultura do Paraná.
Considerando-se os valores médios de venda em janeiro de 2019, as receitas geradas seriam de R$ 2.724,08/ha para o milho e de R$ 2.343,38/ha para o trigo. Portanto, a receita obtida com a cultura do trigo foi suficiente para saldar os custos operacionais e gerar margem positiva ao produtor, de R$ 442,35/ha.
Já a receita obtida com o milho segunda safra não foi suficiente para cobrir o total de desembolsos, resultando em margem negativa ao produtor, de R$ 98,46/ha.
Leite: estoques reduzidos e menor produção elevam preço do UHT
O preço do leite UHT negociado no atacado do Estado de São Paulo subiu 0,24% entre as duas últimas semanas, fechando com média de R$ 2,4357/litro no período entre 11 e 15 de fevereiro. Segundo colaboradores do Cepea, as altas estiveram atreladas aos estoques, que continuam controlados, e à redução da produção por parte de alguns laticínios.
Apesar da valorização, as negociações entre laticínios e atacados permaneceram baixas. Já o queijo muçarela se desvalorizou 0,83% na mesma comparação, fechando com média de R$ 17,2862/kg entre 11 e 15 de fevereiro. Quanto à liquidez no mercado deste derivado, permaneceu estável no período.
Açúcar: menor produção limita exportações em janeiro de 2019
As exportações brasileiras de açúcar recuaram com certa força em janeiro. Segundo pesquisadores do Cepea, além do período de entressafra, o menor volume embarcado também reflete a queda na produção da commodity na região centro-sul do País nesta temporada.
No mês passado, o Brasil exportou 1.097 milhão de toneladas de açúcar, volume 32,27% inferior ao de dezembro de 2018 (1.619 milhão de toneladas) e 30% abaixo do de janeiro do mesmo ano (1.566 milhão de toneladas), de acordo com dados do Comex (Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços).
No mercado spot paulista, o volume negociado entre os dias 11 e 15 de fevereiro aumentou ligeiramente, devido a um pontual aquecimento da demanda. Já os preços se comportaram de acordo com a qualidade do açúcar disponível. Para os tipos Icumsa 150, a oferta seguiu restrita e os valores, firmes; já para o Icumsa 180, algumas usinas chegaram a reduzir os preços pedidos.
Entre os dias 11 e 15 de fevereiro, a média do Indicador Cepea/Esalq, cor Icumsa de 130 a 180, mercado paulista, foi de R$ 69,52/saca de 50 kg, com queda de 0,6% em relação à da semana anterior (de R$ 69,95/saca de 50 kg).
Etanol hidratado remunera mais que anidro pela primeira vez nesta temporada
Com as recentes altas nos preços, o etanol hidratado passou a remunerar mais que o anidro. Entre os dias 11 e 15 de fevereiro, a vantagem foi de 2%, segundo cálculos do Cepea. Esta é a primeira inversão verificada na safra 2018/19. A última vez que o hidratado superou o anidro foi no final de março de 2018 (temporada 2017/18), em 3%.
Quanto aos preços dos etanóis, seguiram em alta. Entre 11 e 15 de fevereiro, o Indicador Cepea/Esalq do etanol hidratado fechou a R$ 1,6921/litro (sem ICMS e sem PIS/Cofins), com forte aumento de 7,09% em relação ao da semana anterior.
No caso do etanol anidro, o Indicador Cepea/Esalq foi de R$ 1,7586/litro (sem PIS/Cofins), com elevação de 3,59% na mesma comparação.
Segundo colaboradores do Cepea, o impulso aos preços vem da demanda aquecida. Na semana passada, as aquisições envolveram grandes volumes, tanto em São Paulo quanto em outros estados da região centro-sul. Além disso, as usinas estão bastante firmes quanto aos valores de venda, quase sem diferencial logístico entre as regiões produtoras.
Cepea