As importações brasileiras de trigo no primeiro bimestre de 2019 chegaram a 1.23 milhão de toneladas, um volume 13% superior a igual período de 2018. Apenas no mês de janeiro de 2019, o Brasil importou nada menos que 620.414 toneladas, e em fevereiro passado um pouco mais de 610.000 toneladas.
“Os preços internos do cereal continuam firmes, apesar dos baixos volumes comercializados, com viés de alta, pela maior utilização do trigo importado a partir de agora”, indicou a T&F Consultoria Agroeconômica.
“O trigo importado da Argentina está chegando em média aos moinhos dos três estados do Sul ao redor de R$ 1.080,00 a tonelada, contra preços de R$ 950,00 pagos atualmente pelos moinhos”.
Trigo no mundo
Os mercados futuros de trigo nos EUA estão “despencando” devido à falta de demanda para o trigo americano no mundo. De fato, o total das exportações de trigo deste ano está muito longe dos objetivos colocados pelo USDA.
As estimativas do próprio Departamento de Agricultura dos Estados Unidos e do IGC mostram uma forte redução na oferta e um aumento na demanda.
O USDA estima uma redução de 28.43 milhões de toneladas na safra mundial de 2018/19 em relação à safra anterior, passando de 763.18 milhões para 734.75 milhões de toneladas.
Os números do IGC são parecidos: a produção mundial deverá passar de 764 milhões para 735 milhões de toneladas, com redução de 29 milhões de toneladas.
Sobre a demanda, o USDA admite um aumento de 3.03 milhões de toneladas, passando de 744.20 milhões para 747.23 milhões de toneladas, enquanto o IGC estima um aumento de 741 milhões para 744 milhões de toneladas, também um aumento de três milhões de toneladas.
“Logo, se a oferta diminui e a demanda aumenta, a tendência dos preços do trigo no segundo semestre deverá ser de alta. O que está incomodando, mesmo, é a queda dos preços do trigo russo, que está arrastando para baixo todos os demais, especialmente o trigo americano e o trigo argentino”, disse o analista Luiz Fernando Pacheco, da T&F.
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