Grupo de 100 empresas fomentará ‘agricultura inteligente’

Um grupo de 100 empresas que atuam direta ou indiretamente na produção de alimentos assinou um compromisso para apoiar práticas da “agricultura inteligente”, incluindo a adoção de soluções tecnológicas para elevar a produtividade das lavouras, fortalecer a resiliência das plantações às intempéries e apoiar a redução das emissões de gases de efeito estufa.

O compromisso foi anunciado na quinta-feira em San Francisco, durante a Conferência Global de Ação Climática (GCAS, na sigla em inglês), pelo Conselho Global de Negócios para o Desenvolvimento Sustentável (WBCSD, na sigla em inglês), uma associação de lideranças empresariais fundada pelo bilionário suíço Stephan Schmidheiny em 1992, com foco no desenvolvimento sustentável. É a primeira iniciativa do grupo voltada exclusivamente para a agricultura.

Os projetos deverão contar com apoio financeiro do Rabobank, que é um dos signatários do compromisso e já gerencia o fundo Kickstarf Food, que prevê o desembolso de US$ 1 bilhão para projetos de agricultura sustentável. Entre outras companhias que assinaram o compromisso estão a Unilever, a fabricante de chocolates Barry Callebaut e a companhia de agronegócios Olam, de Cingapura.

Segundo Matthew Reddy, diretor de agricultura inteligente e clima do WBCSD, a iniciativa buscará atender aos compromissos de redução de emissões de gases de efeito estufa na agricultura assumidos pelos países signatários do Acordo de Paris.

Uma das formas de incentivar a adoção de práticas “inteligentes” no campo será o estabelecimento de parcerias com startups agrícolas, disse Reddy ao Valor. “Esperamos que esses empreendedores possam se juntar a nós. Se puderem oferecer um benefício que pode ser compartilhado entre os produtores, serão incentivados. Devemos apoiar esses empreendedores, especialmente em soluções de tecnologia como uso de drones e monitoramento do solo”.

Além de incentivar o aumento da produção de alimentos sem avanços sobre florestas, o compromisso assinado também tem como objetivo elevar a produtividade e reduzir o uso de insumos. Reddy disse que algumas companhias que atuam na cadeia do cacau, como Olam e Barry Callebaut, já estão fomentando a adoção de ferramentas de agricultura de precisão com produtores em Gana para otimizar o uso de fertilizantes, por exemplo.

Para Bas Ruter, diretor global de sustentabilidade do Rabobank, a ampliação dessas práticas deve levar a uma redução da demanda global por fertilizantes e agrotóxicos. A atuação das companhias signatárias do compromisso também buscará combater o desperdício de alimentos na cadeia de suprimentos.

Segundo Ruter, as primeiras ações a respeito começarão a ocorrer na Indonésia, “país que registra o segundo maior índice de desperdício de comida per capita do mundo”.

 

Fonte: Valor Econômico

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