O retrocesso nos preços do milho, observado dia após dia em abril deste ano, chamou a atenção do mercado. No início daquele mês, o grão foi negociado, em média, por R$82,40/saca e terminou o período valendo R$65,61/saca; uma redução de mais de 20% em menos de 30 dias.
Com um valor médio de R$74,85/saca, o menor desde novembro de 2020, a redução mensal ficou próxima de 12%, índice bastante superior ao da queda do frango resfriado, cujo preço médio em abril recuou próximo de 6,5% em relação a março. Explicada a leve melhora no poder de compra do frango no mês.
Mas quando se compara com o que foi registrado um ano atrás, constata-se que a relação de preços entre os dois produtos quase não sofreu alteração, se mantendo, praticamente a mesma. Isso significa que enquanto em abril de 2022 a aquisição de uma saca (60 kg) de milho demandou 11,029 kg de frango abatido (resfriado), neste ano o mesmo volume de milho exigiu 1,127 kg, quase 1% a mais. E a razão disso é porque, nesse mesmo espaço de tempo, a cotação do milho e do frango recuou, aproximadamente, na mesma proporção, pouco mais de 15%.
O gráfico abaixo mostra que o melhor momento dos últimos 16 meses para o setor produtivo do frango ocorreu entre julho e agosto do ano passado, cerca de 10,2 kg de frango por saca de milho.
Mas ainda é uma quantidade mais de 20% superior à registrada, por exemplo, em 2019, ano em que cerca de 8,4 kg de frango foram suficientes para adquirir uma saca de milho.
Exportação de frango em abril
As exportações brasileiras de carne de frango in natura somaram 408,3 mil toneladas, em abril; queda de 15,7% frente a março, segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), compilados pelo Cepea. Apesar desses números, a média diária de embarques ao exterior atingiu o maior volume (22,7 mil toneladas) de toda a série histórica, iniciada em 1997. Isso evidencia que o desempenho das exportações em abril só não foi maior devido ao menor número de dias úteis em relação ao mês anterior.
Estimativas da safra do milho
A Conab divulgou um relatório, em abril, elevando a estimativa de colheita nacional da safra 2022/23 de milho em 200 mil toneladas frente às estimativas de março, devido à melhora na produção da safra verão. Agora, a temporada 2022/23 é estimada em 124,87 milhões de toneladas, aumento de 10,4% em relação a 2021/22. Para a safra verão, apesar da redução de 3,2% na área, o aumento de 12% na produtividade fez com que a produção esperada seja de 27,24 milhões de toneladas; 8,8% maior que a do ano passado.
Quanto à segunda safra de 2022/2023, a área nacional deve ser 3,3% maior, ainda de acordo com dados da Conab. Com o atual bom andamento, a produtividade nacional está sendo estimada 7,4% acima da obtida no ano anterior, o que levaria a produção para 95,32 milhões de toneladas; 11% maior que a anterior e novo recorde.
A terceira safra deve crescer 4,7%, a 2,31 milhões de toneladas. A Conab estima que a demanda interna, nesta temporada, some 79,31 milhões de toneladas e que as exportações entre fevereiro/23 e janeiro/24 fiquem em 48 milhões de toneladas.
Por Equipe SNA
Fontes: Avisite e CEPEA