O escoamento da produção é um dos maiores gargalos do agronegócio brasileiro. Para Mato Grosso, esta dificuldade é ainda maior, pois gera aumento nos custos de produção, além de reflexos nos preços das commodities, já que os preços formados a partir dos portos possuem um desconto significativo com o frete até gerar o valor praticado no Estado. Diante das dificuldades e das poucas opções de logística para escoar a produção, a Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato) é a favor de que a Ferrovia Senador Francisco Vuolo se estenda até Cuiabá e passe também pelo norte do Estado.
“Assim nós vamos conseguir conciliar o desenvolvimento do agronegócio com o desenvolvimento do estado de Mato Grosso e vamos diminuir o gargalo logístico e o custo de frete. Por isso a Famato tem interesse que a ferrovia avance e traga desenvolvimento”, disse o diretor Administrativo e Financeiro da entidade, Vilmondes Tomain, durante a reunião do Fórum Pró-Ferrovia, realizado na última sexta-feira (24/03), no Auditório da Federação das Indústrias do Estado de Mato Grosso (Fiemt).
O evento discutiu os avanços da Ferrovia Senador Vicente Vuolo que poderá chegar ao norte do estado passando por Cuiabá. Atualmente, a ferrovia sai do porto de Santos-SP e chega até Rondonópolis-MT. Para o presidente do Fórum Pró-Ferrovia, Francisco Vuolo, com a chegada do modal até Cuiabá todos os municípios do Vale do Rio Cuiabá serão beneficiados.
Vuolo disse que os trilhos da ferrovia podem atrair indústrias, estimular a redução do custo do frete, o desenvolvimento econômico e gerar empregos. “Nós defendemos que não precisamos apenas de uma ferrovia e sim de uma malha ferroviária que ligue o estado de Mato Grosso de norte a sul e de leste a oeste para contemplar tudo aquilo que produzimos. Para se ter uma ideia, a ferrovia transporta pelo terminal de Rondonópolis 15 milhões de toneladas, sendo que somente a produção de milho do estado passa da casa de 20 milhões de toneladas, então é possível perceber um excedente de produção. Sendo assim, é necessário mais infraestrutura para garantir um escoamento melhor, redução de custo de frete e garantir maior competitividade, não só no mercado externo, como também no mercado internacional”, disse Vuolo.
A Rumo LL, detentora da concessão, fez o pleito de expansão do trecho junto à Agência Nacional de Transporte Terrestre (ANTT), de Rondonópolis a Cuiabá até o norte do estado. Além do recurso da detentora, o Fórum está trabalhando por um recurso oriundo de uma taxa de outorga que a empresa terá que devolver ao estado em função da renovação do prazo da malha paulista.
De acordo com os estudos feitos pela ANTT, contratados pelo governo federal, existe um traçado oficial sendo aplicado com um trecho de 266 quilômetros, com custo aproximado de R$ 1.3 bilhão, valor esse apontado pelo Estudo de Viabilidade Técnica Econômica e Ambiental.
Fonte: Famato – Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Mato Grosso