As vendas externas de carnes brasileiras fecharam 2015 com um bom desempenho, apesar da crise econômica que ainda afeta o País. Atrás somente do complexo soja, que ocupou o primeiro lugar no ranking da balança comercial, com US$ 27,9 bilhões, as carnes chegaram à marca dos US$ 14,7 bilhões e 4,23 milhões de toneladas vendidas a outras nações.
O destaque foi para o frango, que representou 48% do valor exportado por todo o setor de carnes, com US$ 7,07 bilhões e 4,23 milhões de toneladas. O produto in natura alcançou recorde histórico ao negociar 3,9 milhões de toneladas. Já a carne suína obteve um crescimento de 10,5% em 2015, graças às 542 mil toneladas comercializadas com outros países.
Os dados foram divulgados pela Secretaria de Relações Internacionais do Agronegócio do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), no último dia 11 de janeiro (leia mais em sna.agr.br/?p=28125). Segundo o órgão, a exceção ficou por conta da carne bovina, que sofreu quedas tanto em valor (-18,9%) quanto em quantidade (-11,9%).
“O crescimento expressivo das exportações de aves e suínos era previsto pela ABPA. Foi um bom ano para estes dois setores, influenciados principalmente por novas habilitações de plantas frigoríficas e pela abertura de novos mercados para aves”, avalia Francisco Turra, presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal, em entrevista à equipe SNA/RJ.
Em sua opinião, o bom desempenho das carnes de frango e suína se deve “ao excelente status sanitário brasileiro, que nunca registrou focos de Influenza Aviária, no caso de aves; e que permanece livre de Diarreia Suína Epidêmica (PED), no caso de suínos”. Também passa pela “reconhecida qualidade dos nossos produtos no mercado internacional – graças ao trabalho desenvolvido pela ABPA, em parceria com a Apex-Brasil, por meio das marcas setoriais Brazilian Chicken, Brazilian Egg e Brazilian Pork –, além dos avanços nos negócios em mercados estratégicos, como Arábia Saudita e China, no caso de aves, e da Rússia e Hong Kong, no caso de suínos”.
DADOS DA ABPA
Conforme dados da ABPA, as exportações brasileiras de carne de frango – considerando todos os produtos, entre frangos inteiros, cortes, salgados, processados e embutidos – atingiram, no mês passado, a marca de 399,9 mil toneladas, o que significou um volume 14,3% superior ao registrado em dezembro de 2014. O saldo mensal é o segundo maior da história das exportações do setor.
“Este foi o melhor desempenho já registrado pelos exportadores de carne de frango em um mês de dezembro. O mercado internacional segue aquecido para os exportadores brasileiros, que vêm expandindo os negócios, em especial no Oriente Médio e na Ásia”, destaca o vice-presidente de Aves da ABPA, Ricardo Santin, em nota à imprensa.
De acordo com a Associação Brasileira de Proteína Animal, o saldo acumulado dos embarques de carne de frango, em todo o ano de 2015, chegou a 4,304 milhões de toneladas, um recorde histórico nas exportações deste segmento (o balanço diferencia um pouco do Mapa, porque o Ministério da Agricultura leva em conta apenas a carne in natura).
“O resultado é 5% superior ao total obtido em 2014, percentual que confirma as previsões feitas pela ABPA para o ano. Com este saldo, o Brasil não apenas manteve a liderança mundial, como também expandiu sua participação, sendo responsável por aproximadamente 37% das exportações mundiais”, destaca Turra.
CARNE SUÍNA
Outro levantamento da ABPA mostra que as exportações brasileiras de carne suína – considerando todos os produtos, entre in natura e processados – tiveram crescimento de 9,7% no ano passado, em comparação aos 12 meses de 2014, chegando a 555,1 mil toneladas embarcadas.
O número significou que o segmento manteve uma média de embarques de 45,5 mil toneladas ao mês. Somente em dezembro passado, foram 46,3 mil toneladas exportadas, um volume 17,6% superior ao registrado em igual mês de 2014.
“Os volumes embarcados em dezembro superaram nossos indicativos iniciais para o mês. Isto aponta para um ano novo com fluxos positivos, visto que temos, agora, novas plantas habilitadas para a China e a expectativa de viabilização dos embarques para a Coreia do Sul, somadas aos fortes negócios que já mantemos com o Leste Europeu e mercados da Ásia, da América do Sul e da África”, informa Turra, em nota à imprensa.
Por equipe SNA/RJ com informações do Mapa e ABPA