As exportações do agronegócio brasileiro somaram US$ 84.93 bilhões no ano passado, em queda de 3,7% em relação a 2015. A receita foi a menor dos últimos seis anos. As importações cresceram 4,2% para US$ 13.63 bilhões. O superávit do agronegócio encolheu de US$ 75.151 bilhões em 2015 para US$ 71.307 bilhões no ano passado.
A balança comercial brasileira fechou o ano passado com superávit de US$ 47.683 bilhões em 2015, graças ao saldo positivo do agronegócio, que compensou o déficit de US$ 23.624 bilhões registrado nas transações externas dos demais setores da economia.
Segundo o Ministério da Agricultura, os produtos de origem vegetal foram os que mais contribuíram para a queda das exportações do agronegócio, principalmente em função da redução na receita das exportações do complexo soja (queda de US$ 2.54 bilhões), principalmente soja em grãos (menos US$ 1.65 bilhão) e milho (menos US$ 1.28 bilhão).
Vale lembrar que no ano passado as adversidades climáticas provocaram fortes quebras de safra, o que reduziu a disponibilidade de soja para exportação e levou as tradings a cancelar parte dos contratos de vendas externas de milho, redirecionando o cereal para o mercado interno.
Os técnicos destacam que o crescimento das vendas do complexo sucroalcooleiro contribuiu para amenizar a queda nos demais setores, com aumento de US$ 2.81 bilhões em 2016 ante 2015.
Segundo o estudo, a soja se mantém na liderança em valor exportado, com exportações que somaram US$ 25.42 bilhões. As vendas de soja em grãos representaram 76% desse montante, com US$ 19.33 milhões, valor 7,9% inferior ao ano anterior. O volume exportado encolheu 5,1% e o preço médio 3%.
As exportações brasileiras de farelo de soja e óleo de soja seguiram o mesmo desempenho da soja em grãos, com queda em valor de 10,8% e 22,2% e em quantidade de 2,6% e 24,9%, respectivamente. A única expansão se deu no preço do óleo de soja, que subiu de US$ 691 para US$ 716 por tonelada. Em segundo lugar ganha destaque o complexo carnes, cujas exportações somaram US$ 14.21 bilhões no ano passado. “De tal cifra, 47,6% correspondeu à carne de frango (US$ 6.76 bilhões) e 37,6% à carne bovina (US$ 5.34 bilhões)”, registra o Mapa.
No caso do frango, houve aumento da quantidade embarcada (+1,9%) e queda de 4,4% na receita. “Apesar da retração em valor, a carne de frango in natura alcançou recorde anual em volume de 3.96 milhões de toneladas”, informa o estudo.
A carne bovina apresentou tanto retração na quantidade (-0,9%), quanto no preço (-7%). Por outro lado, as exportações de carne suína somaram US$ 1.47 bilhão, o que representou crescimento de 16,3% em relação ao ano anterior. A quantidade também foi ampliada (de 542.130 para 720.100 toneladas). Cabe ressaltar que as vendas de carne suína in natura registraram recorde em período de doze meses para quantidade: 628.650 toneladas.
As exportações do complexo sucroalcooleiro alcançaram a cifra de US$ 11.34 bilhões em 2016, o que representou crescimento de 32,9% em comparação ao ano anterior. O açúcar foi responsável por quase todo esse montante, com 92% do valor em vendas do setor (US$ 10.44 bilhões). Em comparação a 2015 houve crescimento de 36,6% em valor, em função do aumento do quantum: de 24,01 para o recorde anual de 28.93 milhões de toneladas (+20,5%).
As exportações de álcool também tiveram expansão, passando de US$ 880.48 milhões em 2015 para US$ 896.34 milhões em 2016 (+1,8%). A despeito da queda na quantidade (-3,7%), o aumento no preço do produto (+5,7%), foi superior, o que levou ao crescimento das vendas em valor.
Os produtos florestais foram o quarto setor no rol, com US$ 10.24 bilhões e queda de 0,9%. A celulose, principal produto, registrou retração de 0,3% em valor, porém houve incremento de 13% na quantidade embarcada (de 11.97 para 13.52 milhões de toneladas, valor recorde para um período de 12 meses). As exportações de madeiras e suas obras tiveram crescimento de 3,2% em valor, enquanto o papel apresentou queda de 7,9%.
Em relação às importações, o setor que mais contribuiu para ampliar as aquisições de produtos do agronegócio foi o de cereais, farinhas e preparações (crescimento de US$ 799.68 milhões), especialmente milho (+US$ 447.77 milhões), arroz (+US$ 136.91 milhões) e trigo (+US$ 118.92 milhões).
O estudo também ressalta o aumento nas aquisições de outros setores como produtos hortícolas, leguminosas, raízes e tubérculos (+US$ 388.9 milhões), com destaque para feijões secos (+US$ 203.44 milhões) e alho (+US$ 152.49 milhões); lácteos (+US$ 239.11 milhões), principalmente leite em pó (+US$ 158.53 milhões); complexo sucroalcooleiro (+US$ 122.07 milhões), sendo o álcool o produto que mais contribuiu (+US$ 130.59 milhões); e cacau e seus produtos (+US$ 88.56 milhões), com destaque para cacau inteiro ou partido (+US$ 148.36 milhões).
Considerando o valor exportado, o trigo ocupou a primeira posição no ranking de importação, com US$ 1.34 bilhão, seguido dos pescados (US$ 1.16 bilhão), papel (US$ 740.85 milhões), lácteos (US$ 658.37 milhões), milho (US$ 489.12 milhões) e malte (US$ 481.88 milhões).
Fonte: Globo Rural