Estoques do óleo de soja nos EUA são os menores em nove anos

A NOPA informou, nesta segunda-feira (16), que foram esmagadas 4.5 milhões de toneladas de soja em setembro – Imagem de jcomp no Freepik

A NOPA (Associação Nacional dos Processadores de Oleaginosas dos EUA) informou, nesta segunda-feira (16), que foram esmagadas 4.5 milhões de toneladas de soja em setembro, volume recorde para o mês. O volume ficou acima das expectativas do mercado, de 4.4 milhões de toneladas, além de superar ainda o esmagamento do mês passado, de 4.39 milhões de toneladas.

Gráfico: Karen Braun

Esmagamento de soja em setembro nos EUA 

A NOPA informou ainda que os estoques de óleo de soja nos EUA, no último mês, totalizaram 1.108 bilhão de libras, sendo estes os menores estoques desde dezembro de 2014. Além disso, o volume ficou ainda abaixo das expectativas do mercado de 1.208 bilhão de libras.

Gráfico: Karen Braun

Estoques de óleo de soja em setembro nos EUA 

Os dados deram ainda mais espaço para as altas que vinham sendo registradas no início do dia pelo óleo de soja na Bolsa de Chicago. As altas do derivado deram suporte para a soja.

Em seu último boletim mensal de oferta e demanda, o USDA informou que a demanda por combustíveis renováveis tem aumentado no país, o que aumenta também o consumo de óleo de soja para a produção de biodiesel. O movimento deverá, inclusive, tirar cada vez mais os EUA do cenário de exportadores do derivado, além de promover um aumento de suas importações.

O gráfico abaixo mostra como foi o comportamento destas atividades nos últimos 30 anos, da safra 1993/94 a 2023/24. Na linha vermelha, as exportações menos as importações; na azul as exportações de óleos vegetais e na preta, as importações.

Gráfico: USDA

“Enquanto novas instalações de esmagamento e a expansão das instalações existentes podem aumentar a oferta interna de óleo de soja, a maior demanda por biodiesel nos Estados Unidos causou grandes mudanças no ritmo das importações norte-americanas de óleo vegetal”, explicam os especialistas do USDA. Até pouco tempo, os EUA eram um dos principais exportadores globais de óleo de soja, com recordes sendo registrados no ano comercial 2009/10. De lá para cá, a curva foi se invertendo, com as importações superando as exportações.

As compras dos EUA não aumentaram só no óleo de soja, mas também de outras matérias-primas, como óleo de canola e óleo de cozinha usado. A linha preta, no gráfico abaixo, mostra o substancial aumento nas importações de óleo de colza entre 2017/18 até agora.

Gráfico: USDA

Com todo este cenário se desenhando, o USDA indicou ainda, em seu boletim do último dia 12, que o comportamento dos óleos vegetais foi um direcionador importante para os preços das oleaginosas neste mês. A tabela e o gráfico abaixo mostram o comportamento dos preços de exportação dos principais óleos vegetais em importantes origens.

Na linha vermelha, o óleo de soja no Golfo dos EUA; a azul, óleo de soja na Argentina; a preta, óleo de soja no porto de Paranaguá no Brasil; a verde, óleo de palma na Malásia e a roxa, óleo de palma na Indonésia.

Gráfico: USDA

As médias de setembro mostram que a tonelada do óleo de palma na Malásia, a USS$ 833,00, era a mais competitiva. O preço mais alto era o óleo de soja no Golfo americano a US$ 1,523,00 a tonelada.

Fonte: Notícias Agrícolas
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