Regiões do Paraná fortes na produção do milho de inverno relatam que as chuvas das últimas semanas provocaram apodrecimento de espigas nas lavouras. Esse problema indica perda de qualidade na produção, por excesso de umidade, o que rebaixa a renda dos produtores.
“A preocupação dos produtores é com a qualidade dos grãos a serem colhidos”, segundo Luiz Coelho, da equipe técnica da Secretaria Estadual da Agricultura e do Abastecimento (Seab) em Campo Mourão (Centro-Oeste do PR). Ainda é difícil de mensurar os danos, acrescenta.
O município não está sozinho. As chuvas interromperam a colheita por duas semanas em Francisco Beltrão (Sudoeste), relata o técnico Ricardo Kaspreski. Frio, tempo nublado e possibilidade de chuva agravam a situação em Londrina, onde apenas 1% do milho de inverno foi colhido, de acordo com a equipe técnica da Seab. A temperatura está entre 13 e 23 graus, muito baixa para o cereal.
O problema não é nem o atraso, mas a perda de qualidade aponta Antonio da Silva, da Seab.
“A quantidade de grãos ardidos tem sido muito superior à de anos anteriores em função da sequência de chuvas.”
Com um terço das lavouras para colher, a região de Cascavel (no Oeste) registrou aumento na proporção de grãos brotados de 1% para 4% por causa das chuvas. Esse problema ameaça a qualidade de 20% da safra, que estão maduros.
Se a temperatura fosse alta, o problema seria ainda mais grave, conforme o técnico Jovir Esser.
A Seab prevê que, com área praticamente igual à do ano passado – 1.9 milhão de hectares -, o Paraná pode colher 6% mais milho de inverno – 11 milhões de toneladas. A chuva, no entanto, reduz a qualidade e o valor da produção. A expectativa dos produtores é que o preço do cereal compense perdas.
Fonte: Gazeta do Povo