Os empréstimos bancários para a obtenção de crédito rural no primeiro bimestre da safra 2020/21 registraram um aumento de 30% em relação ao mesmo período do ciclo passado, para R$ 48.9 bilhões, segundo dados do Banco Central. O número de contratos aumentou 9% e superou 453.000.
A maior procura foi para o custeio agrícola e pecuário. Foram R$ 29.8 bilhões, com aumento de 23% em relação ao montante contratado em julho e agosto de 2019. Houve queda de 8% (R$ 3.4 bilhões) no empréstimo para comercialização. Os produtores também contrataram R$ 3.6 bilhões para industrialização, com incremento de 26%.
A evolução proporcional dos empréstimos para investimentos continua a ganhar destaque. O montante cresceu 76% no primeiro bimestre da nova safra e atingiu R$ 11.9 bilhões. E foram os grandes produtores que puxaram a demanda. O valor contratado por essa categoria aumentou 93%, para R$ 8.3 bilhões.
A procura também cresceu junto aos médios produtores. Os recursos acessados via Pronamp avançaram 83%, para R$ 726 milhões. No Pronaf (agricultura familiar), a elevação foi de 39%, a R$ 2.3 bilhões.
Linhas em alta
As principais linhas de investimentos registraram alta nas operações. O Moderfrota, que dispõe de R$ 9 bilhões até o fim da safra, já disponibilizou R$ 2.3 bilhões nos dois primeiros meses, com aumento de 106% em relação ao mesmo período de 2019.
O cenário é parecido no Inovagro, Moderinfra e Moderagro. Prioridades do governo, o Programa ABC (agricultura de baixo carbono) liberou R$ 518 milhões, e o PCA (armazéns) emprestou R$ 254 milhões.
Além disso, aumentou a procura por recursos controlados do crédito rural nos primeiros meses da safra 2020/21. Cerca de 82% do valor acessado em julho e agosto, R$ 40.3 bilhões, são dessas fontes, que em julho e agosto da safra passada representaram 72% do montante total investido.
A poupança rural, que conta com a subvenção federal, foi a principal fonte de aplicação no primeiro bimestre desta safra. Foram R$ 18.8 bilhões acessados pelos produtores com esses recursos, o dobro do valor liberado no mesmo período do ciclo 2019/20.
Na sequência estão os recursos obrigatórios, de direcionamento dos depósitos à vista dos bancos, com R$ 12.2 bilhões. Os produtores também acessaram R$ 8.5 bilhões de recursos livres.
A participação dessas fontes, que não têm juros controlados nem subvenção, caiu na comparação das duas safras. Atualmente, eles representam 18% dos desembolsos em comparação a 28% na temporada anterior, quando foram liberados R$ 10.6 bilhões.
As LCAs são a principal fonte dos empréstimos com recursos livres. Foram liberados R$ 3.8 bilhões de recursos captados com os títulos, mas o valor representa uma queda de 28% em relação à aplicação de julho e agosto de 2019, que chegou a R$ 5.3 bilhões.
Fonte: Valor Econômico
Equipe SNA