O dólar fechou em alta nesta terça-feira, em um dia marcado pela fuga dos investidores dos ativos de maior risco na maioria dos mercados, após a divulgação de dados industriais fracos de países da Ásia e da Europa, que elevaram as preocupações em torno da atividade econômica global.
O dólar fechou o dia cotado a R$ 4,7900 para a venda, em alta de 1,27%. Essa foi a maior alta em um único dia desde 6 de julho, quando a divisa subiu 1,62%.
Na B3, às 17h30 (Horário de Brasília), o primeiro vencimento do contrato futuro do dólar estava em alta de 1,38%, cotado a R$ 4,8175.
No início da sessão os mercados já repercutiam uma bateria de dados industriais decepcionantes, em especial da China.
O Índice de Gerentes de Compras (PMI) de indústria do Caixin/S&P Global caiu para 49,2 em julho de 50,5 em junho, abaixo das estimativas dos analistas de 50,3. Foi o primeiro declínio na atividade chinesa desde abril. A marca de 50 separa crescimento de contração.
Já o PMI de manufatura final do Japão caiu para 49,6 em julho de 49,8 de junho. Na Europa, houve resultados fracos nos PMIs da França, da Alemanha, do Reino Unido e da Zona do Euro.
Os resultados elevaram os receios em torno de uma desaceleração econômica global, em que a China, importante importador de commodities, tem potencial para afetar exportadores como o Brasil. Em reação, o real perdeu força.
A moeda norte-americana subiu durante toda a sessão. A mínima do dia R$ 4,7310, foi registrada às 9h02. Ao longo da manhã e da tarde, em meio à aversão aos ativos de risco em vários mercados globais, o dólar à vista renovou máximas e atingiu o pico da sessão às 15h37, cotado a R$ 4,8000 (+ 1,52%).
“A leitura do mercado foi de que está ocorrendo uma contração econômica persistente na China e também na Europa. Então, na esteira dessa percepção vem uma derrocada das moedas dos países exportadores de commodities, que vinham em alta, e a natural busca por proteção”, disse Fernando Bergallo, diretor da assessoria de câmbio FB Capital.
Segundo Felipe Izac, sócio da Nexgen Capital, o dia foi de “fuga do risco” nos mercados globais.
“O ponto que mais está pegando são os dados que saíram de ontem (segunda-feira) para hoje (terça-feira) de alguns PMIs de atividade industrial, que vieram bem fracos. Os dados ruins geram uma sensação de risk-off”, disse Izac.
Operador ouvido pela Reuters afirmou que apesar da alta forte das cotações nesta terça-feira, não houve um movimento de ordens stop (parada de perdas) em momentos específicos das negociações. Segundo ele, a alta da moeda norte-americana foi consistente e gradativa durante todo o dia, sintonizado ao exterior.
Às 17h30 (Horário de Brasília), o Dólar Índice estava em alta de 0,33%, cotado aos 102.230 pontos.
Pela manhã, o BC vendeu todos os 16.000 contratos de swap cambial tradicional ofertados para a rolagem do vencimento de setembro.