O presidente da Embrapa, Pedro Antônio Arraes Pereira, almoçou, no dia 19 de março, na sede da Sociedade Nacional de Agricultura (SNA), no Rio de Janeiro, quando apresentou um painel geral dos projetos e pesquisas desenvolvidos pela Embrapa e abordou questões de interesse do setor agrícola.
Ao falar sobre o sistema de gestão inovadora da empresa – que no momento mantém 10 mil empregados em 47 centros de pesquisa espalhados pelo país – Arraes frisou que a meta da Embrapa é a busca de resultados. “Queremos gerar soluções para o produtor”, declarou o presidente.
Pesquisador da Embrapa há mais de 32 anos, com doutorado e pós-doutorado em universidades de excelência no exterior, Arraes preside a instituição desde 2009 e defende uma gestão independente, transparente e moderna. “O sistema de administração da Embrapa é adequado à dimensão de seus desafios. Recebemos R$ 913 milhões do programa de investimentos do governo federal, e estamos em processo de renovação de pessoal, com a perspectiva de contratação de mais dois mil cientistas”.
Em pé, da esquerda para direita: Maria Helena Furtado; Paulo Protásio; Flávio Perri; Antonio Freitas; Sérgio Malta; o presidente da SNA, Antonio Alvarenga; Alberto Figueiredo; Marcio Sette Fortes; Roberto Paraíso; Rony Oliveira; Cristina Baran, Sylvia Wachsner e Kátia Aguiar. Sentados, os vice-presidentes da SNA, Tito Ryff e Joel Naegele; o presidente da Embrapa, Pedro Arraes, o presidente da Pesagro – Rio, Silvio Galvão e o presidente da OCB-RJ, Marcos Diaz
Intercâmbio internacional
Arraes destacou os acordos de cooperação técnica e parcerias da Embrapa e a constituição de uma “Embrapa Internacional”, responsável pela transferência de tecnologia a pesquisadores de outros países. “Por outro lado, estamos constantemente enviando pesquisadores para fazer doutorado fora do Brasil”. “Ciência não tem fronteira”, destacou.
O presidente da Embrapa mencionou a atuação do Labex, o Laboratório Virtual da Embrapa no Exterior, projeto pioneiro na área de pesquisa agrícola, que compartilha instalações físicas, equipamentos e equipes de pesquisadores para que as unidades da Embrapa estabeleçam novas parcerias e se integrem em uma grande rede internacional de pesquisa. “É um programa único, que está antenado com o que há de mais inovador em termos de conhecimento. Em breve será implantado na China e no Japão”, ressaltou Arraes.
Além disso, a Embrapa e a Associação Brasileira de Máquinas e Equipamentos (Abimaq) estão desenvolvendo uma plataforma virtual que inclui informações socioeconômicas sobre o Brasil e os países africanos e está ligada, em tempo real, ao banco de dados da Embrapa e da Abimaq. O conteúdo permitirá que os produtores africanos conheçam tecnologias agrícolas e equipamentos voltados para a agricultura tropical.
Pedro Arraes, presidente da Embrapa
Arraes citou ainda a criação do Centro de Pesquisa em Nanotecnologia aplicada à agricultura, em São Carlos, São Paulo, como um marco para o desenvolvimento tecnológico da Embrapa e referência como laboratório de pesquisas único no mundo.
A agricultura brasileira e o novo Código Florestal
O presidente da Embrapa sugeriu um maior entrosamento entre as instituições que defendem os interesses da agricultura brasileira e criticou a desigualdade existente na relação dos produtores com as empresas verticalizadas do agronegócio.
Em sua apresentação, Arraes afirmou que o Novo Código Florestal não é o ideal, mas representa um avanço. “E pode desencadear a busca por conhecimentos que o Brasil ainda não tem. Nossa biodiversidade deve ser usada em benefício da renda e da melhoria da qualidade de vida do brasileiro. É preciso gerar desenvolvimento”, afirmou.
Ainda durante a visita, Arraes defendeu a melhoria do sistema de extensão rural no Brasil e destacou a importância das demais instituições de pesquisa existentes no país, tal como a Empresa de Pesquisa Agropecuária do Estado do Rio (Pesagro).
Fotos: Raul Moreira/Divulgação