Faltando dois meses para o fim da safra 2018/19, os desembolsos de crédito rural aumentaram 5,5% no acumulado da temporada, que teve início em julho do ano passado. Nos primeiros dez meses da safra, R$ 142 bilhões foram liberados.
O montante equivale a 74,3% do volume total de recursos programados pelo Plano Safra que está em vigor até junho (R$ 191 bilhões), mas cálculos preliminares do Ministério da Agricultura indicam que devem ser liberados cerca de R$ 180 bilhões.
Enquanto os empréstimos do custeio agropecuário tiveram incremento de 4%, para R$ 78 bilhões, as linhas de crédito para comercialização e industrialização recuaram 6%, para R$ 27 bilhões, segundo dados divulgados ontem pelo Ministério da Agricultura.
As linhas de crédito rural para investimentos seguiram aquecidas. No acumulado da safra até o abril, os bancos liberaram R$ 36.5 bilhões (alta de 21%). O grande destaque foi o Moderfrota (linha para aquisição de máquinas agrícolas), que já consumiu R$ 7.6 bilhões dos R$ 8.9 bilhões colocados à disposição para o ciclo 2018/19.
Segundo o secretário de Política Agrícola do ministério, Eduardo Sampaio Marques, a grande demanda registrada no crédito para investimentos “reflete o otimismo do setor e as condições de financiamento satisfatórias”.
Conforme já informou o Valor, diante da forte demanda por financiamentos pelo setor de agronegócios e de mudanças regulatórias feitas pelo governo que retiraram bilhões de reais do crédito rural nesta safra, várias linhas com juros controlados chegaram a se esgotar em março – portanto, três meses antes do fim deste ciclo.
Entre as fontes usadas para as concessões de crédito rural, se destacam as Letras de Crédito do Agronegócios (LCAs), títulos captados pelos bancos para financiar o setor rural.
As operações baseadas em captações de Letras de Crédito do Agronegócio (LCA) somaram R$ 25.8 bilhões, 40% superior ao verificado no período anterior. Apenas parte dos recursos que tem as LCAs como lastro é emprestado com juros controlados.
Segundo o Ministério da Agricultura, entre as instituições financeiras que operam com crédito agrícola, as cooperativas de crédito ampliaram as concessões de empréstimos em 19,8%, para R$ 24.2 bilhões. No acumulado da safra, os desembolsos dos bancos públicos aumentaram 2% (R$ 75.7 bilhões) e o dos privados, 3,6% (R$ 40.1 bilhões).
Valor Econômico