As empresas ligadas ao agronegócio aumentaram de forma significativa a contratação de crédito rural a taxas de mercado (mais caras que as controladas) na comparação entre setembro e agosto deste ano. A informação está em relatório divulgado nesta terça-feira (27/10) pelo Banco Central. O volume de um mês para o outro saltou de R$ 700 milhões para R$ 4.830 bilhões. Ao mesmo tempo, as contratações a juros controlados caíram 16,2% de R$ 5.695 bilhões para R$ 4.770 bilhões.
Ao todo, somados os contratos a juros livres e controlados, as empresas contrataram em setembro financiamentos de R$ 9.6 bilhões, um aumento de 50,1% em relação a agosto. No primeiro trimestre da safra 2015/2016, os empréstimos cresceram 8,2% e no acumulado do ano, houve um aumento de 9,3%.
Já nas pessoas físicas, houve queda das contratações de crédito rural nas duas modalidades de taxação. De agosto para setembro, o valor dos empréstimos tomados a juros de mercado passou de R$ 440 milhões para R$ 435 milhões (-1,1%). O montante a taxas controladas caiu de R$ 7.797 bilhões para R$ 6.795 bilhões (-12,9%).
Ao todo, somados os contratos a juros livres e controlados, as pessoas físicas contrataram em setembro financiamentos de R$ 7.230 bilhões, queda de 12,2% em relação a agosto. No primeiro trimestre da safra, houve alta de 56,8% e no acumulado do ano, redução de 12%.
O prazo médio de concessões de empréstimos para pessoas jurídicas em setembro foi de 54,1 meses. Para pessoas físicas, de 24,5 meses. Nos dois casos, houve aumento em relação aos prazos concedidos em agosto.
Estoque
Com os resultados de setembro, o estoque da carteira de crédito rural nas instituições financeiras chegou ao mês de setembro em R$ 229.198 bilhões, de acordo com o relatório do Banco Central. Em relação a agosto (R$ 222.245 bilhões) o montante representa um crescimento de 3,1%. No primeiro trimestre da safra 2015/2016, a autoridade monetária registra um crescimento de 3,5% e no acumulado do ano, alta de 4,3%.
A parte carteira relacionada a operações de crédito rural com empresas acumula R$ 78.650 bilhões. Em relação a agosto (R$ 73.471 bilhões) o montante representa um crescimento de 7%. No primeiro trimestre da safra 2015/2016, a autoridade monetária registra uma elevação de 7,9% e no acumulado do ano, alta de 5,9%.
Já a parte da carteira relacionada a operações de crédito rural com pessoas físicas acumula R$ 150.548 bilhões. Em relação a agosto (R$ 148.774 bilhões), representa um crescimento de 1,2%. No primeiro trimestre da safra 2015/2016, a autoridade monetária registra uma elevação de 1,4% e no acumulado do ano, alta de 3,4%.
Juros e inadimplência
A taxa média de juros do crédito rural para pessoas físicas ficou em 9,9% ao ano em setembro. No mesmo mês em 2014, os empréstimos eram corrigidos a 7,6% ao ano. Nas pessoas físicas, a taxa média foi de 8,1% ao ano em setembro. No mesmo mês do ano passado, estava em 5,4% anuais.
A inadimplência (atrasos entre 15 e 90 dias nos pagamentos) se manteve estável em 0,3% no crédito rural para empresas e caiu de 1,3% para 1,2% nas operações com pessoas físicas entre agosto e setembro.
Fonte: Globo Rural