A contratação de seguro pela cafeicultura aumentou 45% em 2021, quando foram negociadas 12.596 apólices, segundo o Conselho Nacional do Café (CNC). No ano anterior, foram 8.691 apólices. A área total segurada na atividade passou de 165.100 hectares em 2020 para 272.000 hectares no ano passado.
O interesse do cafeicultor pelo seguro aumentou desde meados de 2020, quando as intempéries passaram a afetar as lavouras com mais frequência. Segundo lideranças de cooperativas de Minas Gerais e da região de Mogiana (SP), historicamente, o seguro é uma ferramenta pouco utilizada na cultura. As contratações, quando ocorrem, costumam ser um adicional de operação de financiamento.
Produtores disseram ao Valor que existe uma espécie de entrave quando o assunto é seguro em café, com ou sem subvenção do governo: a cobertura mais comum (e acessível) tem como foco a proteção das árvores, e não da produção. Isso desestimula o contratante.
Como a instabilidade do clima despertou mais interesse pela ferramenta, a discussão sobre novos modelos de apólices ganhou corpo. A Cooperativa de Cafeicultores e Agropecuaristas (Cocapec), de Franca (SP), por exemplo, realizou encontros com agentes financeiros no ano passado e sugeriu que fosse estabelecido um limite de cobertura para o preço do café. Com isso, a apólice poderia englobar ao menos parte da produção.
