Consultoria reduz safra de trigo do Brasil para 5.7 milhões de toneladas e prevê maior importação

A consultoria Trigo & Farinhas reduziu nesta quinta-feira a sua estimativa da safra de 2015 de trigo do Brasil para 5,73 milhões de toneladas devido a um clima desfavorável no Sul, onde chuvas intensas recentes têm afetado as lavouras.

A estimativa da consultoria se compara a uma safra estimada pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) em 6,6 milhões de toneladas.

A previsão da consultoria indica uma queda ante a produção da temporada passada, de 6 milhões de toneladas, segundo dado da Conab.

“E nem tudo o que for colhido (este ano) servirá para consumo humano”, disse o analista Luiz Carlos Pacheco, da Trigo & Farinhas, em nota, ressaltando os efeitos do mau tempo para a qualidade do produto.

A produção do Rio Grande do Sul deverá ser de 1,64 milhão de toneladas, com um volume de 1 milhão de toneladas servindo apenas para consumo animal. Esse produto de pior qualidade deverá ser exportado como trigo forrageiro, afirmou Pacheco.

A safra do Paraná também deverá ter neste ano uma redução de 10,85 por cento devido aos problemas do clima, segundo o analista. O principal Estado produtor do país deverá produzir cerca de 3,38 milhões de toneladas, contra 3,76 milhões do ano passado, das quais 700 mil toneladas são de cereal forrageiro.

“Como resultado, restarão 2,68 milhões de toneladas de trigo para consumo humano no Paraná que, somadas às 640 mil toneladas do Rio Grande do Sul, mais as 517 mil toneladas produzidas no Sudeste e Centro-Oeste, gerarão uma disponibilidade brasileira de 3,98 milhões de toneladas de trigo panificável, a menor dos últimos dez anos”, disse Pacheco.

Segundo ele, uma vez que a demanda nacional vai girar em torno de 10 milhões de toneladas –queda 9 por cento neste ano devido aos problemas da economia brasileira–, haverá uma necessidade de importação próxima a 6 milhões de toneladas, entre o que for adquirido em grão e em farinha equivalente, contra 5,19 milhões de toneladas no ano anterior.

“O problema das importações é o dólar alto”, ressaltou ele, referindo-se aos maiores custos para os moinhos com a força da moeda norte-americana.

A Argentina está entre os principais fornecedores do produto nacional e poderá eventualmente se beneficiar de uma maior demanda brasileira pelo produto importado.

 

Fonte: Reuters

Facebook
Twitter
LinkedIn
WhatsApp