O preço do leite recebido por produtores aumentou 5,3% (ou R$ 0,05 /litro) de fevereiro para março, fechando a R$ 1,0745/litro na “média Brasil” líquida (sem frete e sem impostos de Goiás, Bahia, Minas, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul).
Segundo pesquisadores do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP, esse aumento se deve à redução precoce da oferta no campo.
Esse foi o segundo mês consecutivo de valorização no campo. Com isso, desde janeiro, a recuperação acumulada no preço ao produtor já chega a 6,7%. No entanto, o valor médio de março está 10,6% abaixo do verificado no mesmo período de 2017.
De acordo com analistas do Cepea, a produção de leite costuma se elevar entre outubro e março. No entanto, os baixos preços praticados no final do ano passado desestimularam os produtores, que investiram menos ou saíram da atividade. Além disso, a recente alta nos preços do concentrado também encareceu a produção no campo.
Assim, em fevereiro, o Índice de Captação de Leite (ICAP-L) recuou 1,22% na “média Brasil”. Desde dezembro, a queda acumulada é de 3,14%. É importante ressaltar que muitos agentes já consideram um adiantamento da entressafra deste ano e, com isso, esperam que a oferta diminua ainda mais nos próximos meses.
Ao mesmo tempo, a demanda continua dando sinais de recuperação, ao passo que os preços dos derivados lácteos também têm se recuperado.
O acompanhamento diário das cotações do leite UHT negociado entre indústrias e atacado no estado de São Paulo apontou que, em março, o derivado se valorizou 10,7%. Segundo agentes de mercado consultados pelo Cepea, as vendas têm melhorado e os estoques estão baixos. Nesse sentido, a expectativa do setor é de manutenção no movimento altista dos preços ao produtor.
Gráfico 1. ICAP-L/Cepea – Índice de captação de leite – fevereiro/18 (Base 100=junho/2004)
Fonte: Cepea