Domingo (22/3) foi dia de reunir a família e de contribuir para a preservação das nascentes de água em todo o Brasil. Esse foi o exemplo que o casal Silvio e Andréia Venturoli procurou passar para o pequeno Benjamin, de um ano e meio.
A família do engenheiro agrônomo e da bióloga participou do lançamento do Programa Nacional de Proteção de Nascentes, uma iniciativa da CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil), realizada no Parque Olhos D’água, em Brasília (DF).
“É muito importante levar informações para a sociedade. A água está perdendo qualidade e está cada vez mais escassa. Precisamos saber preservar e consumir de maneira racional, assim como cuidar do solo e evitar assoreamentos”, opina Silvio.
Durante o evento – que também fez parte das celebrações do Dia Mundial da Água, comemorado na mesma data – foram distribuídos brindes e material informativo sobre o passo a passo para a proteção das nascentes. As pessoas que estiveram no local puderam assistir, ainda, à apresentação da companhia de circo Cia. Circênicos e a shows dos cantores brasilienses Célia Porto, Renato Mattos e da banda Liga Tripa.
Tendo como tema “Proteja uma nascente em um dia”, o programa tem a ambição de proteger mil nascentes neste ano, nas áreas rurais todo o País. Com essa iniciativa e as demais ações que já são desenvolvidas, a entidade demonstra a preocupação do setor agropecuário com a qualidade da água e a preservação da biodiversidade brasileira.
“O produtor rural é um dos maiores interessados em proteger as nascentes, pois a água é um bem muito precioso e o principal insumo para a produção de alimentos. Queremos sensibilizar toda a sociedade sobre a importância desse assunto para juntos garantirmos a preservação dos mananciais e a oferta de água em quantidade e qualidade”, ressalta o superintendente técnico da CNA, Bruno Lucchi.
O foco do programa é mostrar à sociedade brasileira que a conservação das nascentes é possível. Basta apenas seguir cinco passos. O primeiro é identificar o tipo de nascente, entre três existentes: nascentes de fundo de vale, nascentes de encosta e nascentes de contato. A etapa seguinte é cercar a nascente para protegê-la. Depois, é necessário limpar a área para não obstruir o curso natural da água.
A conservação do solo é outra ação fundamental deste processo para evitar a erosão, promovendo a infiltração da água e evitando o soterramento da nascente. Por último, o replantio de espécies nativas, pois a proteção do solo com vegetação própria de determinada região é uma das formas mais eficientes de proteção da nascente.
“Muita gente acha que a água nasce da torneira. Mesmo quem mora em um apartamento ou numa casa que não tenha uma nascente pode ajudar a preservar. Esses cinco passos são muito simples e com eles podemos conservar a qualidade da água. Dessa forma, todos estarão fazendo um bem não só para nós mesmos, mas para nossos vizinhos, para a sociedade e para um futuro melhor”, declara o assessor técnico da CNA, Nelson Ananias.
PARCERIA COM SENAR
Para que a meta do programa seja alcançada, a parceria com o SENAR (Serviço Nacional de Aprendizagem Rural) será essencial. Em todos os cursos promovidos pela entidade haverá um módulo sobre a proteção de nascentes e, além disso, o conteúdo será repassado pelos mais de cinco mil instrutores da entidade para os produtores rurais durante as capacitações e visitas técnicas.
“A ideia é trabalhar a preservação de nascentes de forma transversal em nossas atividades. Sabemos que é uma atitude simples, porém os produtores ainda têm muitas dúvidas. Não sabem se precisa plantar mudas, limpar a área e ou como fazer para proteger. Nossos instrutores podem passar essas informações em poucas horas e além de capacitar, poderão acompanhar a execução junto aos produtores”, explica o secretário executivo do SENAR, Daniel Carrara.
O bancário aposentado Wanderley Corrêa Peres foi até o Parque Olhos D’água para acompanhar o lançamento do novo programa da CNA e buscar mais informações com a intenção de conscientizar os vizinhos da sua chácara, localizada no Assentamento 26 de Setembro, na área rural de Taguatinga (DF). Na opinião dele, o público precisa conhecer o assunto e as campanhas devem ser feitas, principalmente, dentro das escolas.
“Cresci bebendo água de nascente e quando vejo alguém aterrar um olho d’água me dói o coração. Quero plantar árvores e proteger uma nascente que tenho na minha propriedade para que ela fique perene o ano todo, e não somente na época de chuvas. Também vou conversar com a associação de moradores para que todos façam a sua parte”, avisa.
Fonte: Canal do Produtor